quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Receita deflagra Operação Mansões, que investiga imóveis de alto padrão

Dez mil proprietários serão intimados a recolher contribuição social sobre obras de construção civil de alto padrão em condomínios fechados e balneários

A Receita Federal convocou 10 mil proprietários de obras de construção civil de alto padrão, localizadas principalmente em condomínios fechados e balneários, para cobrar o recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre o total dos salários dos trabalhadores empregados nessas edificações.

O valor devido à Seguridade Social é estimado em R$ 1,5 bilhão. A iniciativa, denominada "Operação Mansões", começou no Estado de São Paulo e será estendida para todo o Brasil.

Os primeiros 10 mil contribuintes inadimplentes foram detectados através das matrículas das construções na Receita Federal e também por meio do cruzamento com as informações sobre Alvarás e Habite-se encaminhadas mensalmente pelas prefeituras.

O secretário da Receita Federal, Otacílio Dantas Cartaxo, acompanhou nesta quinta-feira (2) o lançamento da operação em São Paulo, onde afirmou que a iniciativa servirá de base para a realização de ações semelhantes nas demais regiões do país.

- A determinação é levar essa experiência piloto a todos os Estados do país.

A operação envolve as 25 unidades da Receita no Estado de São Paulo. Entre as irregularidades já encontradas, estão residências com centenas de metros quadrados de área construída, em regiões serranas e litorâneas paulistas, sem qualquer recolhimento da contribuição previdenciária. O mesmo ocorre, embora em menor grau, em condomínios fechados de casas de alto padrão em regiões metropolitanas.

O superintendente da Receita Federal em São Paulo, José Guilherme Antunes de Vasconcelos, afirmou que a maioria dos proprietários recolhe regularmente a contribuição previdenciária, mas que o papel do órgão é tratar os casos de exceção com vigor e os rigores da lei.

- Essa inadimplência é prejudicial às contas da Previdência Social, que arca com a aposentadoria e o auxílio-doença pagos aos trabalhadores da construção civil.

O proprietário que não quitar o débito previdenciário ficará sujeito à abertura de uma ação fiscal para o lançamento dos valores devidos, com cobrança do valor principal acrescido de multa de 75% e demais encargos legais, sem prejuízo de outras sanções administrativas e penais.

Todos os proprietários de obras novas são obrigados a comparecer à unidade da Receita de sua região, independentemente de intimação ou não do órgão – para obtenção de matrícula do imóvel e recolhimento das devidas contribuições previdenciárias.

Além das fiscalizações em obras de pessoas físicas, será intensificado também o combate à sonegação de empresas do setor da construção civil. Segundo a Receita, mais de 200 ações fiscais já foram abertas durante o mês de outubro.

Fonte: R7

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Financiamento imobiliário é recorde em setembro, diz Abecip

SÃO PAULO (Reuters) - O volume de empréstimos imobiliários com recursos da caderneta de poupança alcançou 3,6 bilhões de reais em setembro, um recorde em 2009 e na história do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), informou nesta segunda-feira a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O volume de financiamentos contratados no mês passado corresponde a alta de 13,3 por cento ante o registrado em agosto.

Nos últimos 12 meses, conforme a entidade, as operações contratadas no âmbito do SBPE somam 30,4 bilhões de reais, com aumento de 4,7 por cento em relação a setembro do ano passado.

Também em número de unidades financiadas setembro representou um novo recorde para o ano, e o quarto melhor na história do SBPE. No mês passado, foram financiados 30.286 imóveis, ante 29.641 em agosto e 29.374 em setembro de 2008.

Em 12 meses, aponta a Abecip, "foram concedidos 282 mil financiamentos, com valor médio de cerca de 120 mil reais por unidade, superior em quase 20 por cento à média de 2008."

Em relação à captação líquida da poupança, a Abecip informa que, em setembro, o resultado foi de 3,5 bilhões de reais, com alta de 1,5 por cento ante agosto.

No mês passado, o saldo das cadernetas de poupança no SBPE totalizou 238,1 bilhões de reais, com crescimento nominal de 15,9 por cento ante setembro de 2008.

Conforme a Abecip, os "dados indicam que o SBPE retomou os níveis de atividade anteriores à crise e tenderá a apresentar evolução positiva, em termos reais, em 2009, quebrando os recordes de 2008, quando foram financiadas 299.685 unidades, no montante de 30,032 bilhões de reais".

(Por Stella Fontes/Reuters/Brasil Online)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Lançamento de imóveis em São Paulo cresce 114% em agosto

Número de imóveis residenciais lançados foi de 3.430, representando o maior volume do ano, segundo o Secovi.

SÃO PAULO - O número de imóveis residenciais lançados na capital paulista em agosto somou 3.430 unidades, o que representa uma alta de 114% sobre julho e também o maior volume do ano, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), divulgados pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP).

Segundo o levantamento, os imóveis de três e dois dormitórios se destacaram no período, com 1.311 e 1.160 unidades, respectivamente, seguidos pelos de quatro ou mais dormitórios (516) e os de um quarto (443). Pesquisa realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP destaca que no oitavo mês do ano foram vendidas 3.578 unidades, o que representa um crescimento de 71% em relação ao mês anterior.

Os imóveis mais comercializados foram os de três e dois dormitórios, o que pode ser explicado, segundo o sindicato, pelas vantagens existentes para financiar imóveis nesta faixa de valor. De acordo com a pesquisa do Secovi-SP foram vendidas 1.602 unidades de dois dormitórios, 1.250 de três dormitórios e 678 de quatro ou mais dormitórios.

No acumulado de janeiro a agosto, as vendas totalizaram 20.038 unidades, número inferior somente ao do ano passado, quando foram comercializados 25.920 imóveis. Em nota, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, lembra que o período de 2008 é anterior ao aprofundamento da crise financeira internacional.

O VSO (Vendas Sobre Oferta), indicador que mede o desempenho de vendas de unidades residenciais na cidade de São Paulo, ficou em 22,7% no oitavo mês do ano. O índice resulta da divisão de 3.578 unidades comercializadas mês no período pelo total de unidades em oferta (15.780). A oferta é a soma de 3.430 imóveis lançados no mês mais 12.350 unidades já disponíveis. No ano, o VSO médio do ano atingiu 14,3%.

A pesquisa destaca que em agosto, os empreendimentos na fase de lançamento tiveram VSO de 48,5%, contra 8,4% daqueles que se encontravam no pós-lançamento. "Foi o segundo melhor índice para o período registrado desde 2004, ano que marca o início dessa série", destaca Petrucci.

Para o economista, agosto pode marcar o retorno à normalidade dos números de lançamentos, que nos últimos meses vinham se mantendo abaixo das vendas. "A economia como um todo tem apresentado bons resultados, o que contribui para a mudança de humor dos empresários brasileiros. Além disso, há que se considerar a proximidade do final do ano quando, historicamente, o mercado se aquece", destaca.

Também em nota, o presidente do Secovi-SP, João Crestana, avalia que as vendas tendem a permanecer em bom ritmo, confirmando as perspectivas positivas das pesquisas dos meses anteriores. "O cenário econômico aponta para um 2010 melhor do que este ano, o que acarretará em aumento na confiança do consumidor, que na tomada de decisão tende a considerar mais as perspectivas do que as retrospectivas", afirma.

Beth Moreira, da Agência Estado

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Atraso na entrega de imóvel pode parar na Justiça

Atrasos na entrega de imóveis adquiridos na planta são um problema para os consumidores. Porém, antes de tomar qualquer decisão, como suspender os pagamentos à construtora e correr o risco de se tornar réu de uma execução judicial ou mesmo de uma ação de rescisão de contrato, os compradores devem conhecer bem os seus direitos e buscar auxílio na Justiça.

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, se o comprador perceber que o cronograma da obra está muito atrasado, pode fazer uma ação, passar a depositar o valor da prestação da compra do imóvel em juízo e pedir ao juiz que só libere os valores após a entrega do bem.

“A maioria dos contratos de compra de imóvel possuem uma cláusula prevendo atrasos na entrega variáveis de noventa a 180 dias. Porém, esta cláusula não é legal, sendo declarada nula pela Justiça. Só pode haver atraso em caso fortuito ou de força maior. Mesmo assim, o consumidor deve ser notificado sobre o que está acontecendo.”

Quando a obra for concluída, o comprador que fez os depósitos em juízo também pode pedir a um corretor que faça uma avaliação de preço de aluguel do imóvel. Com isto, pode entrar com outra ação pedindo para receber os valores de aluguel pelo período de atraso na entrega.

Já quando a obra está em eminência de ser concluída, o melhor é esperar pela entrega e, posteriormente, entrar com uma ação de indenização. De acordo com o Ibedec, a indenização normalmente é fixada pela Justiça entre 0,5% a 1% do valor de mercado do imóvel, multiplicado pelos meses de atraso.



Cintia Végas
Para críticas ou sugestões, envie um e-mail para economia@oestadodoparana.com.br

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Investidores já cobram R$ 8 mil pelo metro quadrado de imóveis em Florianópolis

Mercado imobiliário da Capital é um dos mais aquecidos do país atualmente
Investidores brasileiros e de fora do país voltaram as atenções para imóveis em Florianópolis, atualmente um dos mercados imobiliários mais aquecidos do Brasil.

Em pouco mais de uma década, imóveis da cidade registraram alta valorização. No balneário de Jurerê Internacional, o metro quadrado já chega a valer R$ 8 mil reais.

É o caso de uma mansão, atualmente a venda por US$ 3,5 milhões, equivalente a R$ 6 milhões. Com vista para o mar e área total construída de 800 metros quadrados, a construção é uma das mais caras disponíveis para compra na região. A média do custo do metro quadrado no bairro é de R$ 3,3 mil.

A crescente valorização dos imóveis na cidade e pelo Estado chamou a atenção do ramo imobiliário de luxo. A imobiliária Sotherby´s, da rede de casa de leilões mais famosas do mundo, anunciou a abertura de um escritório em Santa Catarina no próximo ano.

Antes mesmo da conclusão do projeto, mansões da capital catarinense já são divulgadas no catálogo da empresa disponível em São Paulo e na internet.

Investimento

Morador de São José, município vizinho, o empresário da construção civil Antônio Hilleschein decidiu investir em dois imóveis no Centro de Florianópolis. Adquiriu dois apartamentos num edifício recém-construído às margens da avenida Beira-Mar Norte.

Em um dos imóveis, com quatro suítes e avaliado em pelo menos R$ 2,5 milhões, pretende viver com a família. O outro comprou como investimento.

— Paguei R$ 2 milhões e em pouco mais de um ano ele já está avaliado em R$ 3 milhões (...) Imóvel sempre será um bom negócio, independentemente de valer R$ 100 mil, R$ 1 milhão ou R$ 3 milhões — defende.

O empresário destaca que usa a "lógica" em seus investimentos: sempre que passa em frente ao colégio, lembra que todos os alunos da instituição vão precisar de um lugar para viver no futuro.

Promessa

A maior demanda por imóveis na cidade, conforme a corretora de imóveis Maria Emília dos Santos, é por apartamentos de dois quartos na região da Trindade.

Ela garante que os imóveis são vendidos em menos de 60 dias, enquanto, em São Paulo, um apartamento do mesmo modelo demora até um ano para ser comercializado.
De olho neste filão, construtoras começaram a investir em condomínios que oferecem diferentes padrões de imóveis, de um a três quartos, com preços entre R$ 140 mil e R$ 340 mil.

Os valores são considerados altos na comparação com o mercado em outras capitais, mas, de acordo com os especialistas, valem o investimento:

— Um imóvel mais compacto, com até três dormitórios, valoriza pelo menos 12% ao ano na região — garante Maria Emília.

Há 10 anos, a arquiteta e corretora de imóveis Regina Rodrigues da Silva apostou no futuro crescimento do bairro Campeche, no Sul da Ilha de Santa Catarina.

Na época, explica, os preços dos terrenos na região variavam entre R$ 8 e R$ 30 mil. Ela adquiriu uma área na praia por R$ 26 mil. No espaço, foi construído um edifício.

— Recentemente, troquei dois apartamentos do prédio, avaliados cada um em R$ 200 mil, por um terreno na vizinhança — comemora a aposta feita há uma década.



RBS TV

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Caixa só financiará empreendimentos usuários de madeira legal

Entrou em vigor no último dia 1º de janeiro de 2009, o Acordo de Cooperação Técnica para Ação Madeira Legal firmado entre o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama e a Caixa Econômica Federal para garantir o uso de madeira nativa de origem legal nos empreendimentos financiados pelo banco.

De acordo com o Coordenador Geral de Gestão dos Recursos Florestais do Ibama, José Humberto Chaves, o acordo de cooperação visa coibir o uso de madeira de origem ilegal nas obras e empreendimentos financiados pela Caixa, definir medidas para comprovar a origem legal das madeiras utilizadas nesses empreendimentos, implantar ações e procedimentos visando garantir a origem legal das madeiras utilizadas, criar uma lista das construtoras inadimplentes ou que descumprirem as regras definidas para a comprovação da origem legal da madeira nativa utilizada na construção e desenvolver ações educativas para o uso de madeira legal.

Ao Ibama caberá, dentre outros, disponibilizar acesso e treinamento ao Sistema DOF – módulo de consulta – aos empregados da Caixa autorizados, realizar a autuação das empresas que não apresentarem os documentos de comprovação da origem legal das madeiras à Caixa e de divulgar a ação junto ao setor de construção civil.

É importante que as construtoras e demais entidades organizadoras de empreendimentos habitacionais procurem a Unidade do Ibama mais próxima em caso de dúvidas para adquirir madeira de origem legal. É preciso salientar sobre a necessidade das construtoras estarem inscritas e regulares no Cadastro Técnico Federal para poderem movimentar madeiras no Sistema DOF ou no Sistema Eletrônico Estadual integrado.

A partir de janeiro será exigida a apresentação do Documento de Origem Florestal DOF junto à Caixa pelas construtoras e entidades organizadoras e os casos de inadimplência serão encaminhados para averiguação pelo Ibama, afirma Chaves. Maiores informações sobre como obter o DOF podem ser encontradas na página do Ibama na Internet (www.ibama.gov.br).

Texto da Ascom MMA

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Bolsa lidera ranking de investimento em setembro

O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) manteve em setembro a trajetória de alta e liderou o ranking mensal dos investimentos. O principal indicador da bolsa brasileira subiu 8,9% no período - bem acima da rentabilidade de 1,05% do ouro, que ficou em segundo lugar, e da inflação, de 0,42%. Com o resultado do mês, o Ibovespa passa a acumular 63,83% de ganho no ano.

Além da manutenção dos juros básicos da economia, em 8,75% ao ano, o País conseguiu o grau de investimento pela Moody''s - a última das três principais agências de classificação de risco do mundo a conceder a nota ao Brasil. O desempenho da bolsa paulista foi influenciada especialmente pelo apetite dos investidores estrangeiros por ativos nacionais. Até o dia 25 de setembro, o saldo de investimento estrangeiro estava positivo em R$ 3,06 bilhões, o maior desde maio deste ano.

Isso teve impacto direto na desvalorização do dólar, que ficou em último lugar no ranking. Em setembro, a moeda caiu 6,19% e passou a acumular 24,11% de queda no ano. O dólar fechou o mês cotado em R$ 1,772. Os fundos de renda fixa tiveram rentabilidade de 0,69% no mês e os contratos de depósitos interfinanceiros (DI), 0,64%. Os investimentos em CDBs, acima de R$ 100 mil, renderam 0,53% e a poupança, 0,5%. No mercado acionário, a expectativa para os próximos meses é que haja alguma realização de lucros, já que a recuperação das bolsas ao redor do mundo vem de alta desde março.


Fonte: O Estado de São Paulo

A seguir, três especialistas de diferentes setores ensinam os principais cuidados que todo comprador deve tomar antes, durante e depois do processo de compra de um imóvel na planta:


1 - Defina seus critérios: Antes de começar a peregrinação pelos estandes das incorporadoras, lembre-se que a compra de um imóvel na planta é uma transação de longo prazo. É um tipo de negócio que sempre requer muita análise prévia sobre suas necessidades e realidade financeira nos próximos anos. "A pessoa deve se perguntar qual é o tamanho da prestação que cabe no bolso e qual é a necessidade da família. Quando isso estiver claro, você está pronto para procurar o imóvel adequado para seu perfil", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP, o sindicato da habitação. De acordo com ele, esse simples "cálculo" é suficiente para manter o comprador longe de fechar contratos por impulso.


2 - Bisbilhote o passado da construtora: "Para escapar de problemas, firme contratos com incorporadoras que tenham uma boa reputação no mercado", diz Octávio Galvão Neto, coordenador da Câmara de Avaliação do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (IBAPE/SP). Não é possível chegar a conclusões concretas sobre a idoneidade da empresa com apenas algumas conversas com o corretor imobiliário no estande de vendas. Segundo especialistas, a primeira estratégia pra se prevenir de eventuais dores de cabeça com empreendimentos imobiliários é analisar o histórico da construtora. E isso demanda muita sola de sapato. É comum, por exemplo, que alguns prédios apresentem vícios na construção, como fissuras, infiltrações e outras deficiências resultantes de um mau planejamento arquitetônico - ou mesmo do uso de materiais de construção de baixa qualidade. Prever esse tipo de problema, contudo, é praticamente impossível. Por isso, aconselha Galvão, uma visita a outros lançamentos da construtora é indispensável. "Os problemas tendem a se repetir", diz. Assim, a dica é investigar com os moradores sobre possíveis atrasos na obra, problemas de infraestrutura e descumprimento de promessas. Verifique também se a empresa tem pendências na Justiça ou reclamações na Fundação Procon. Para conferir se a administradora pisou na bola com outros clientes, consulte a lista de reclamações no site do Procon.


3 - Atenção aos documentos: Para não cair em golpes, peça sempre uma cópia do memorial de incorporação da obra. Se o corretor disser que a construção ainda não possui, então nem continue a conversa. "É crime levantar um empreendimento sem estes documentos", diz Crestana, do Secovi. A lei 4591, de 1964, determina que, antes de iniciar qualquer negociação imobiliária, as incorporadoras devem registrar no cartório de imóveis um conjunto de quinze documentos. Entre eles estão a prova da propriedade do terreno, o projeto de construção aprovado pela prefeitura, o cálculo exato da área do imóvel e a descrição do acabamento e material utilizado na construção. "No memorial, tudo é descrito de maneira bem minuciosa. É preciso prestar muita atenção nesses itens", afirma Patrcia Ferraz, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP). Isso porque é muito fácil se encantar com a decoração dos apartamentos em exposição ou com as promessas dos corretores. No entanto, apenas o memorial de incorporação oferece uma dimensão concreta do imóvel que está sendo comprado.


4 - Visite a obra pessoalmente: Não visitar o local de construção da obra é um dos piores erros de quem está negociando um imóvel na planta. É comum que os estandes de vendas das construtoras fiquem em locais mais movimentados, como shopping centers. Muita gente opta pelo mais cômodo e confia apenas na descrição do imóvel feita pelos corretores. O conforto, no entanto, pode virar um pesadelo quando as chaves forem entregues. "Recentemente, vistoriei um empreendimento localizado em uma rua com problema de drenagem. Chovia e a água subia quase um metro", conta Galvão Neto. Ou seja, se os futuros condôminos deste novo prédio não tiverem a precaução de conversar com os moradores da região, poderão ter uma surpresa todas as vezes que nuvens negras se formarem no céu. Bancar o detetive para apurar questões como a infraestrutura urbana, os serviços de água e esgoto e até a presença de feiras ou festas na rua é essencial. Um bom passeio pela vizinhança pode garantir também um esboço sobre a média do IPTU e das taxas condominiais da região. Por outro lado, caso você feche o contrato fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do Consumidor dá o direito de desistir da compra num período de sete dias. Mas sempre vale a pena checar tudo antes de assinar o contrato.


5 - Não subestime a maquete: Por mais bonita que seja, a maquete não é mero objeto de decoração do estande de vendas. É, sim, o principal instrumento para sua tomada de decisão. Por isso, examine a composição de cada item e pergunte se o que está ali corresponde à realidade do futuro empreendimento. Assim, na hora de escolher o apartamento para comprar, guie-se pelas coordenadas da maquete. "Os apartamentos da face sul tem menor insolação, nos da face norte sempre bate mais sol", afirma o presidente do Secovi-SP. Verifique também para onde dá a vista de cada imóvel - esse tipo de questionamento pode influenciar o preço do apartamento e, no futuro, sua valorização.


6 - Tudo pode ser usado no tribunal: A prevenção é sempre uma ótima aliada para quem está adquirindo um imóvel na planta. Os especialistas recomendam que o comprador guarde todos os papeis ou registros escritos que lhe forem entregues por funcionários da administradora. Vale até folhetos promocionais e e-mails trocados com os corretores. "Tente fazer as perguntas sempre por escrito para ter uma garantia", diz Galvao Neto. Todo este material pode servir como prova caso haja algum abuso por parte da empresa. Não é regra, mas por cautela, vale registrar todo este arquivo no cartório de registro de titulos e documentos.


7 - Torne oficial: Ao fechar o compromisso de compra e venda do imóvel, muitas pessoas se esquecem de registrar o documento. No entanto, pelas leis brasileiras, a propriedade só é transferida após o registro da escritura no cartório de registro de imóveis. "Não basta verificar a vida da pessoa que está vendendo. Sem o registro, você não tem os direitos sobre a propriedade", afirma Patrícia Ferraz. Ela exemplifica com um caso em que a proprietária de um imóvel decidiu registrar a escritura em cartório apenas alguns anos após a compra. "Neste período, a pessoa que vendeu o imóvel ficou com débito na previdência e o patrimônio ficou indisponibilizado", diz. Por outro lado, se você registrar o contrato, a incorporadora será obrigada a pedir sua autorização para qualquer mudança no projeto inicial, por exemplo. Para evitar gastos em dobro no cartório, muita gente não recorre a esta conduta. No entanto, no estado de São Paulo, é possível pagar 30% do valor final do registro da escritura no registro do compromisso de compra e venda do imóvel. Os outros 70% podem ser pagos na hora de registrar a escritura.


8 - Consulte o tabelião: Neste processo, outra dica é firmar o contrato sempre com a assessoria jurídica de um tabelião. Boa parte das construtoras de imóveis tem parceria com advogados que fazem este serviço. No entanto, estima-se que a economia seja de 20% a 40% quando se estabelece uma escritura pública em vez de um contrato particular. Por não ter ligação com nenhuma das partes do acordo, a assessoria do tabelião para compor o contrato será mais imparcial e, por isso, menos arriscada para os compradores. Não são raros os casos de irregularidades neste tipo de contrato - que podem passar "despercebidas", dependendo da parceria do assessor jurídico com a incorporadora. Além disso, caso a construtora se torne inadimplente e não termine a obra, compradores que recorreram à escritura pública tornam-se automaticamente proprietários de parte do terreno onde o imóvel seria construído. Fato que garante maior segurança para a transação.


9 - Fique de olho na política de juros: Um abuso comum neste tipo de transação são os chamados juros no pé. Até a entrega das chaves, o comprador tem a garantia de que não precisará pagar juros. No entanto, assim que o imóvel fica pronto, a incorporadora passa a cobrar juros sobre todo o período financiado. Uma portaria de 2001 emitida pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça considera a prática irregular. No entanto, o assunto não é consensual entre os juristas. Há histórico de ações judiciais que deram ganho de causa para as construtoras que cobraram os juros. Para evitar problemas, recomenda-se criar uma cláusula no contrato que determine a rescisão ou devolução do dinheiro em casos como esse.


10 - Seja beneficiário do seguro: Fique atento aos contratos firmados com as companhias de seguro. Este tipo de acordo serve de garantia tanto para os casos de inadimplência do comprador quanto para irregularidades da administradora. Por isso, fique atento às clausulas que determinam quem é o beneficiário do contrato. Se for a incorporadora, em caso de atraso da obra, ela terá o direito de receber a indenização e ao comprador restará o prejuízo.


E finalmente, consulte um corretor de imóveis credenciado (como eu) de sua confiança.


Fonte: Portal Exame