segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O peso da casa própria na corrida eleitoral - Programa habitacional Minha Casa, Minha Vida ajuda governo, mesmo não atingindo ainda os mais pobres

Em janeiro de 2004, uma família com renda mensal de três salários mínimos conseguia no máximo um financiamento de R$ 23.500 para comprar a casa própria.

Em julho de 2010, essa mesma família teria acesso a R$ 84 mil no programa Minha Casa, Minha Vida.

As contas, feitas para financiamento sem entrada, são do economista Marcus Valpassos, da Galanto Consultoria. Atualizando o valor de 2004 pelo índice INPC, seriam R$ 38 mil hoje. Ainda assim, muito aquém do financiamento de agora.

Da diferença entre o valor atualizado e o número de hoje, 50% são resultado dos subsídios do governo; 30%, possíveis pelo ganho salarial; e os outros 20%, resultado da melhoria das condições de financiamento, com queda dos juros e aumento dos prazos, calcula Valpassos.

Não é difícil concluir que o programa de moradias, lançado em março de 2009, dá tônus eleitoral ao governo — apesar de nem 1% ter saído do papel para as faixas que ganham até três salários mínimos, beneficiando apenas 3.588 dessas famílias.

Como o cadastramento no programa está aberto, só isso já tem apelo eleitoral, avalia Miguel de Oliveira, conselheiro da Anefac, associação dos executivos de finanças.

O Minha Casa, Minha Vida, com sua meta de construir um milhão ou até dois milhões de casas, une-se ao crescimento acelerado do crédito imobiliário para a classe média para empurrar a candidatura do PT para cima, nas pesquisas.

De acordo com números do Banco Central, a carteira de crédito habitacional, que inclui operações com pessoas físicas e cooperativas do setor, somou R$ 116,1 bilhões em julho. Em um ano, foi um aumento de 50,8%.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o bom momento do crédito habitacional é resultado de um projeto de 16 anos — que começou no governo Fernando Henrique, com medidas que deram segurança ao sistema. Uma delas foi a alienação fiduciária.

Antes, o imóvel era de quem tomava o crédito e ficava em hipoteca. Agora, é garantia: tem-se a posse, mas não a propriedade, até que seja pago.

Joaquim Elói Cirne de Toledo, que foi diretor do banco Nossa Caixa, lembra que uma mudança na contabilização do FCVS fez os bancos terem de aplicar mais em crédito imobiliário, para cumprir as exigências. E, por fim, a procura pela população foi impulsionada com a queda dos juros.

Fonte:  O Globo / Maria Fernanda Delmas

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Homenagem


27 de agosto Dia Nacional do Corretor de Imóveis

Parabéns profissionais!

"Interpretar sonhos… criar encantamento… partilhar da emoção de muitas famílias…
essa é a grande vocação do Corretor de Imóveis!

Nossa atividade vai além de fechar negócios e assinar contratos.
Ela inclui a magia de transformar a imaginação em realidade.
E agir com ética, respeito e dignidade.
E num mercado cada vez mais competitivo, ao romantismo inerente à profissão, agrega-se a profissionalização.
A necessidade de desenvolver habilidades não apenas para fechar contratos, mas para prestar assessoria em todas as etapas da negociação, garantindo tranquilidade e satisfação. Um exercício diário de conquistar confianças.

Ser corretor é plantar sementes.
Criar raízes e frutificar bons resultados.
É transformar sonhos em realidade…
e caminhar tendo a certeza de estar participando da conquista de uma vida!

Parabéns, Corretores pelo seu dia!"

(Mensagem dos Diretores e Colaboradores do Sindimóveis-SC)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A velha receita para enriquecer


Investir em imóveis é uma das alternativas mais atraentes e acessíveis para quem conta com recursos. Apesar de o sistema financeiro ser cada vez mais acessível a quem quer contratar serviços estratégicos de investimento, os imóveis contam com a vantagem da tradição. Em qualquer lugar do Brasil, o iniciante pode se espelhar na experiência de quem se deu bem com terras e construções. Mas ainda é preciso garimpar para encontrar casos de sucesso com ações, previdência e títulos públicos. A lógica do investimento imobiliário é muito simples.

Enquanto um bairro ou uma cidade está se desenvolvendo, seus imóveis estão valorizando. O mesmo raciocínio se aplica a uma economia com renda em expansão: quanto maior a renda da família, mais disposta ela está em melhorar seu padrão de vida com a compra de um novo lar. Como o desenvolvimento econômico e o aumento da renda são evidentes no Brasil, igualmente evidente é o potencial de valorização dos imóveis.

Os imóveis contam com a vantagem da tradição 

Recentemente, recebi a mensagem de uma leitora do Ceará que tinha a ideia de investir na construção de um prédio com seis pequenas quitinetes em um bairro de classe média de sua cidade, com custo de construção de cerca de 45 000 reais. Uma vez prontas, as quitinetes tinham perspectiva de ser alugadas por R$ 250 cada, ou 1 500 reais no total. Projeto interessante, com boas perspectivas de valorização do investimento.

Talvez a leitora ainda ignore os riscos típicos desse tipo de investimento, como a possibilidade de aumentar a oferta de imóveis e o preço do aluguel cair, ou então de escassez de inquilinos para ocupar as quitinetes. Mesmo assim, ela tem margem para absorver o risco.

Se o imóvel custar 75 000 e ela conseguir alugar quatro das seis quitinetes por 1 000 reais, já estará ganhando mais do que na renda fixa, mesmo arcando com os custos dos imóveis fechados. Porém, fazendo uma pesquisa de local com potencial de valorização e demanda por aluguéis, o investimento passa a ser tão interessante que compensa até buscar crédito para, com dinheiro emprestado, multiplicar a ideia e construir mais investimentos como esse.

Fonte: Gustavo Cerbasi - Você S/A

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um imóvel para milionários...




Fonte: Portal Exame

Lançamento de imóveis no ABC Paulista tem alta de 106%


SANTO ANDRÉ SÃO PAULO - Atraídos pela infraestrutura, pela comodidade e pela proximidade de vias importantes como o sistema Anchieta-Imigrantes e o Rodoanel, o setor imobiliário de vendas e lançamentos na região do ABC Paulista deve continuar expressivo este ano. No semestre passado houve aumento de 106% se comparado com o mesmo período de 2009: mais de 3 mil unidades foram lançadas. A comercialização dos imóveis também apresentou crescimento de 18,7%, o que corresponde a mais de 2.773 unidades.

Para o restante do ano, a Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (ACIGABC) espera um crescimento ainda forte em relação ao semestre passado. "A expectativa é excepcional, principalmente a de lançamentos de unidades com 2 e 3 dormitórios", disse o presidente da ACIGABC, Milton Bigucci, dono da empresa que leva eu nome.

Segundo a entidade, no semestre passado São Bernardo do Campo foi destaque no valor de mercado ao somar R$ 400.330.444,00 e superar as cidades de Santo André e de São Caetano do Sul somadas, que detêm respectivamente R$ 171.205.006,00 e R$ 138.102.652,00. São Bernardo superou, portanto, em mais de 100% estas duas cidades.

"A boa localização e qualidade de vida da região e os preços menores em comparação com os da capital paulista, além da grande oferta e variedade de imóveis, são alguns dos atrativos", comentou o diretor de Vendas da MBigucci, Robson Toneto, que acredita que o cliente fica seguro para comprar imóveis na região do ABC Paulista.

O rápido desempenho de vendas é resposta também das opções de financiamento. "Nos plantões temos percebido aumento da procura devido a facilidades de financiamento, com mais prazos e menos juros", disse o presidente da entidade.

A construtora MBigucci também possui grande expectativa para 2010. No primeiro semestre a MBigucci comercializou mais de 400 unidades, o que representou um crescimento de 63,27% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, a MBigucci prevê aumentar o volume de lançamentos de 2010 em 80%. "Em 2009 foram lançados R$ 100 milhões, e em 2010 serão R$ 180 milhões", disse Milton Bigucci.

Segundo o empresário, estão em andamento oito empreendimentos (1.020 imóveis) a serem lançados entre o final deste ano e o primeiro trimestre de 2011. Vale destacar que 40% destes lançamentos são destinados ao "Minha Casa, Minha Vida".

Em relação às vendas, em 2009 foram vendidos R$ 102 milhões; em 2010, o previsto é de R$ 164 milhões. O ABC representa 65% dos negócios da MBigucci; a cidade de São Paulo, 30%; Guarulhos e interior do estado, 5%.

"Para o segundo semestre de 2010 nossa expectativa é aumentar ainda mais a velocidade de vendas. Temos cerca de mil unidades em estoque e esperamos comercializar mais 650 apartamentos até o final deste ano. Temos o lançamento de oito empreendimentos residenciais e mais um galpão industrial. Este ano se configura como o melhor ano em vendas", crê Toneto.

Ultrapassar meta

A Plazza Brasil Imóveis, especializada em comercialização de lançamentos, acredita que deva ultrapassar a meta 40% de crescimento, sendo que 80% dos novos empreendimentos estarão no Grande ABC. Com 24 lançamentos programados para o restante do ano, a empresa estima que o VGV (valor geral de vendas) chegue a R$ 1,7 bilhão este semestre. Para a presidente da empresa, Valéria Corrêa, o objetivo é continuar sua expansão de forma segura e responsável.

"A Plazza Brasil Imóveis fez trabalho sério que levou ao crescimento sustentado e que atraiu parceiros fortes. Isto movimentou o mercado regional e aguçou a entrada de novas empresas de comercialização imobiliária. O momento é de consolidar ainda mais a marca da Plazza Brasil Imóveis." A empresa também está otimista para os próximos seis meses.

"Temos grandes negócios por acontecer ainda em 2010 em relação a parcerias. Isto deve incrementar de forma significativa o portfólio de lançamentos a serem contabilizados ainda este ano", finalizou Valéria.

Guarulhos

A incorporadora Atua, braço da Yuny Incorporadora, liquidou 76% das unidades de um empreendimento localizado em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. A empresa está obtendo bons resultados com estratégias de pré-venda que garantem a reserva do imóvel antes do lançamento e aumentam as chances de venda na abertura do estande. "Quando há sinalização de aprovação do imóvel na prefeitura, já começamos a trabalhar com ações de captação de clientes, um processo que geralmente leva dois meses até a venda", afirma Carolina Zupirolli, coordenadora de Marketing da Atua.

Sem força de vendas própria e investindo forte em campanhas na internet, em mídia especializada, anúncios de jornal e material gráfico, a empresa reforça a estratégia de impactar o cliente antes do lançamento. Em Guarulhos, o trabalho de pré-venda foi realizado pela corretora Habitcasa, braço da Lopes no segmento popular. "Uma das ferramentas mais eficazes é o envio de mala-direta à base de clientes em potencial. Em geral, os clientes levam em conta a localização, os diferenciais da planta, tecnologia, modernidade e novidades", ressalta Mirella Parpinelle, diretora de Atendimento da Lopes.

Com essa ação, a incorporadora registra venda de 90% dos imóveis em estoque até junho e a compra de seis novos terrenos para lançamentos este ano.

Atraído pela comodidade e proximidade de vias como o sistema Anchieta-Imigrantes e o Rodoanel, o setor imobiliário dispara em vendas e lançamentos na região do ABC Paulista.


DCI / Camila AbudSucursal do ABC

sábado, 21 de agosto de 2010

Estudo descarta bolha imobiliária no Brasil - Segundo documento, volumes robustos de crédito e preços dos imóveis em alta não oferecem riscos no curto ou longo prazo (Reuters)

SÃO PAULO - A possibilidade de que uma "bolha" esteja se formando no setor imobiliário brasileiro, apoiada em volumes robustos de crédito imobiliário e preços de imóveis em alta, pode não passar de um temor infundado.

A constatação foi feita nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que encomendou um estudo à MB Associados para comprovar que, mantidos os atuais patamares do setor, a formação de uma bolha não deve acontecer no curto ou no longo prazo.

"Não temos características básicas que induzam ao aparecimento de uma bolha... Não temos excesso de endividamento", disse o economista da MB, José Roberto Mendonça de Barros, se referindo à alavancagem excessiva vista nos Estados Unidos em 2008, que marcou o início da crise econômica mundial.

O estudo assinalou que um dos fatores que pode levar à formação de uma bolha envolve a ausência de um indicador para balizar os preços de imóveis no Brasil, que vêm avançando em ritmo tão forte quanto o da demanda. No caso brasileiro, contudo, essa aceleração refletiria um reajuste após 20 anos em que o setor imobiliário foi mal precificado.

"Quando a demanda começa a crescer, aumentar preços é normal. O importante é saber se há oferta para isso", afirmou Mendonça de Barros.

Embora tenha descartado uma bolha, o economista alertou para a forte demanda por parte da classe C que, até 2016, deve exigir cerca de 1,5 milhão de imóveis a cada ano disponíveis no mercado. "O mais importante é aumentar a produção imobiliária, como tem acontecido."

Semestre recorde

A combinação de um cenário econômico estável com recuperação da renda da população e flexibilização dos bancos levou a um recorde em financiamento imobiliário no primeiro semestre.

De janeiro a junho, os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram R$ 23,8 bilhões, alta de 77% ante a primeira metade de 2009, segundo a Abecip.

Nos seis meses até junho, foram financiadas 187,6 mil unidades pelo sistema, número 51,5% maior que igual período do ano passado.

O desempenho semestral levou a entidade a elevar a previsão para os empréstimos concedidos pelo sistema para financiamento imobiliário em 2010 para R$ 57 bilhões, totalizando 450 mil unidades. A previsão anterior era de R$ 45 bilhões, montante já atingido nos 12 meses até junho.

De acordo com a Abecip, se considerados os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), os financiamentos para imóveis este ano podem superar R$ 65 bilhões em crédito e 480 mil unidades financiadas.

Para o presidente da Abecip, Luiz Antônio França, em 2014, o financiamento imobiliário deve responder por 11% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Atualmente, essa relação é de 4%.


Fonte: Estadão Economia

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sete dicas para não perder seu imóvel financiado Saiba quais os erros mais comuns cometidos por quem toma um crédito imobiliário


Para muitos, o financiamento imobiliário é o empurrão que faltava para a compra de um imóvel. No entanto, a falta de planejamento e outros pequenos deslizes no processo de contratação do crédito podem ser suficientes para transformar o sonho da casa própria em um pesadelo para o mutuário.

Desde 2004, o Brasil possui uma legislação bastante rígida com os devedores inadimplentes. Ao mesmo tempo em que essas leis permitiram a queda dos juros no financiamento dos imóveis também tornaram mais fácil para os bancos retomarem os bens de mutuários devedores. De acordo com Lúcio Delfino, diretor administrativo da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABNH), bastam três prestações do financiamento não pagas para que o imóvel possa ser retomado pelos credores. Caso seja a vontade do banco, rapidamente esse imóvel poderá ir a leilão, com o posterior despejo do mau pagador.

Abaixo, especialistas em financiamento imobiliário explicam como evitar os principais erros no crédito imobiliário:

1.    Fique de olho nas exigências

Antes de começar a cogitar o crédito imobiliário como recurso para a compra de seu imóvel, leve em conta todas as características exigidas pelas instituições financeiras.  Os bancos privados, geralmente, financiam apenas 80% do imóvel. Na Caixa Econômica Federal é possível fazer financiamento de até 90% do valor de compra. Em geral, a primeira prestação mensal da parcela financiada não pode, por lei, ultrapassar 30% da renda líquida do comprador. O mais recomendado é ficar bem abaixo desse limite. Uma boa ideia é tomar um empréstimo com um prazo de pagamento maior para diminuir o valor de cada pestação. Depois, caso queira amortizar a dívida mais rapidamente, o mutuário poderá fazê-lo a partir de uma negociaçaõ com o banco. Para avaliar se liberam ou não um empréstimo, cada banco utiliza critérios próprios. Mas nenhum concede crédito para pessoas que tem o nome no SPC ou Serasa. Caso esse seja seu caso, será necessário pagar para limpar o nome antes de tomar o empréstimo.

2.    Tome o crédito certo

Na hora de escolher a melhor linha de crédito imobiliário, abuse dos cálculos. Faça simulações, converse com especialistas e compare. A dica pode ser óbvia, mas muitas pessoas caem na inadimplência simplesmente porque não escolheram o melhor plano de financiamento. Aparentemente, as taxas de juros cobradas pelos bancos parecem bastante semelhantes. Mas, por muito pouco elas podem causar um rombo no seu orçamento. “Uma diferença de 1% nos juros pode significar até 50 mil reais em 20 anos”, afirma Joe Powell, da consultoria Crédito Imobiliário Fácil. (Confira a matéria “O Buscapé do Crédito Imobiliário”). Outra dica é avaliar o custo total do crédito, o que inclui, além dos juros, uma taxa mensal cobrada pelo banco, outras taxas e seguros. Avalie também os sistemas de correção dos contratos. Segundo Raphael Rottgen, da consultoria Sagace, os contratos de juros prefixados ainda são muito caros no Brasil. Hoje o mais comum é que o banco cobre uma taxa fixa mais a TR (Taxa Referencial), que é pós-fixada. Como a TR é muito baixa e varia pouco de acordo com as oscilações da Selic, o risco da parcela pós-fixada é baixo e não compensa o aumento do custo do financiamento gerado pela taxa totalmente prefixada. Rottgen também aconselha os tomadores a evitar contratos de financiamento corrigidos pela Tabela Price e a optar pelos corrigidos pela SAC ou SACRE – porque os juros pagos vão diminuindo com o tempo.

3.    Tenha consciência de bolso

O principal escorregão dos mutuários inadimplentes é, sem sombra de dúvida, a falta de planejamento financeiro. “As pessoas se esquecem que estão contraindo uma dívida de longo prazo, algo que ele pode levar até algumas décadas para quitar”, afirma Marcelo Prata, CEO da consultoria Canal do Crédito Imobiliário. Por isso, é importante colocar na ponta do lápis cada um de seus gastos mensais e sempre levar em conta a possibilidade de outros imprevistos. A prestação que hoje cabe perfeitamente no seu bolso pode se transformar em uma obrigação hercúlea em caso de perda de emprego, por exemplo. A recomendação dos especialistas é sempre ter uma poupança para superar eventuais obstáculos.

4.    Não fique com a corda no pescoço

“Muita gente usa tudo o que tem para a compra da casa e se assusta com as despesas de escritura, contrato de financiamento e ITBI (Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis)”,  diz Prata, do Canal do Crédito Imobiliário. A dica é reservar pelo menos 5% do valor do imóvel para esses gastos. Outro ponto facilmente esquecido são os possíveis investimentos com o imóvel que está sendo comprado. “Pode ter custo de reforma, seguro e mudança. Tudo tem que ser levado em consideração”, diz Raphael Rottgen, da consultoria Sagace. Além disso, se você optar por bancos privados, pelo menos 20% do valor do imóvel terá que sair do seu bolso logo de cara. Os recursos do FGTS podem ajudar a compor a entrada.

5. Não se apresse

Uma prática bastante comum nas transações imobiliárias que dependem de financiamento é a assinatura de um contrato de promessa de compra e venda de imóveis. Mas não assuma este compromisso antes da certeza de que você conseguirá o crédito no banco, aconselham os especialistas. “Vá até a agência bancária e peça uma análise prévia de seu perfil para checar se conseguirá o crédito”, diz Delfino, da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABNH). A mesma dica vale para o imóvel que será comprado. Verifique se ele tem todas as características exigidas pelos bancos. Para isso, sempre peça para consultar a certidão de matrícula com ônus e ações. Este documento possui informações essenciais para esta operação, como metragem do imóvel e sua situação jurídica. Dessa forma, o comprador não fica sujeito a comprar um imóvel que depois venha a ser penhorado na Justiça.

6.    Calcule o tempo

Fique atento para o prazo de liberação de crédito determinado nos contratos de promessa de compra e venda de imóveis. Se a data prevista para a assinatura do contrato de financiamento superar este prazo, você pode ser penalizado. A solução é determinar um período de no mínimo 60 dias para a conclusão do negócio de forma que haja uma boa folga para atender todas as exigências do banco.

7.    Evite consórcios

Os consórcios estão longe de ter no exterior a popularidade que tem no Brasil. O custo para a aquisição de um imóvel parece ser bem menor – afinal, não há pagamento de juros, apenas de uma taxa de administração que varia entre 1,5% e 2,4% ao ano. Isso porque muitos consorciados não percebem que o dinheiro que pagam a cada mês ao consórcio não está sendo remunerado – ao contrário do que seria caso fosse depositado em alguma aplicação financeira. Esses recursos, na verdade, são aplicados pela própria administradora do consórcio, que fica com a remuneração. Para Raphael Rottgen, da Sagace, os consórcios são indicados apenas para quem quer ter uma espécie de poupança forçada e para quem não conseguiu outro tipo de crédito mobiliário no banco.


Fonte:   Portal Exame / Talita Abrantes
 

sábado, 14 de agosto de 2010

''Living expandido'': a nova arma do mercado para atrair os paulistanos

A arquiteta Patrícia Anastassiadis, especialista em decorar estandes imobiliários, sugere no empreendimento Maison La Frontiere, na Vila Olímpia, que o futuro proprietário feche a varanda e faça um prolongamento do living. Patrícia envidraçou a área e a decorou com sofá, tapete e mesinha de centro. "Hoje, grande parte dos compradores conta com a extensão do living", diz.

No folheto promocional do Versatille, lançado em Pinheiros, a varanda é chamada de "living expandido". Na ilustração da planta, os quartos, a sala e até a cozinha dão para a varanda, o que deixa a possibilidade de "expandir" o apartamento todo. "É um novo conceito de planta. A varanda é comunitária", diz um dos corretores. Os incorporadores afirmam que essas megavarandas são uma "tendência de mercado". "100% dos nossos lançamentos têm", diz Rosane Pinheiro, diretora de incorporação da Cyrella. O da Esser, Nick Dagan, afirma que "quem manda é o cliente" e ele quer varanda. 

A questão é: se tem tanta gente querendo (e fechando) varanda, por que o incorporador já não a entrega fechada? Oficialmente, eles dizem que é "para dar opção ao comprador". Mas existe um outro motivo: de acordo com o Código de Obras, de 1992, se a varanda tem o equivalente a até 10% da metragem do apartamento, ela é considerada "área não computável" pela Prefeitura. 

Então, em um prédio de dez apartamentos de 250m² e varandas de 25 m², "sobram" 250m² de área não computável (o equivalente a um apartamento). Esse excedente pode ser distribuído pelas dez unidades. Assim, é possível reduzir a sala de 50m² para 25m² e ficar com o mesmo tamanho, pois outros 25m² serão "expandidos" na varanda fechada. Por sua vez, os 25m² cortados da sala podem ser distribuídos pelos outros cômodos.

Envidraçamento. "Posso dizer que, nos últimos dois anos, a procura pelos nossos serviços triplicou", diz o empresário Alexandre Furtado, da Vetro System, líder no mercado de envidraçamento de varandas, com cerca de 350 mil m² instalados na capital. Em média, o serviço custa R$ 600 o m².

Apesar de reconhecer a importância da varanda nas vendas, os incorporadores preferem não se aprofundar no assunto "área não computável"; se falam disso, não querem ser identificados. Um deles reconhece que "o espaço das varandas, cada vez maior e mais profundo, quase duplica a área do living". 

Especialistas no ramo imobiliário, por sua vez, afirmam que não têm notícias de fiscalização desses ganhos. "A Prefeitura não tem condição de ir de apartamento em apartamento para verificar se as medidas conferem. Nunca soube de um caso", diz o assessor jurídico do Secovi, João Paulo Rossi. Consultada, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras não se pronunciou.


Fonte: Paulo Sampaio/O Estado de S.Paulo

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quando o consórcio vale mais a pena que o crédito imobiliário Saiba para qual perfil de comprador o consórcio é a forma de pagamento mais interessante para comprar um imóvel

Para quem dispõe de tempo, o imóvel pode sair mais barato no consórcio

Existem três maneiras básicas de comprar um imóvel residencial. A primeira é por meio de um financiamento. O sujeito não tem o dinheiro necessário para a aquisição. Então toma um empréstimo no banco e paga juros, mas, se comprar uma casa ou apartamento pronto, já poderá desfrutar do bem. A segunda forma é com um pagamento à vista. A pessoa passa algum tempo economizando o dinheiro para a compra. Enquanto isso, terá de pagar aluguel caso não tenha um imóvel próprio. Por outro lado, ao invés de pagar juros ao banco, poderá manter o dinheiro aplicado e receber a remuneração do investimento.

Terceira forma de comprar um imóvel, os consórcios são uma espécie de meio termo entre a primeira e a segunda alternativa. O comprador não poderá desfrutar do imóvel imediatamente pois vai precisar ser sorteado antes de comprá-lo. Mesmo que decida dar um lance, pagando por uma bela parcela do imóvel antes dos demais, não há garantia de que outro consorciado seja ainda mais agressivo em seu lance e o obrigue a esperar mais pela carta de crédito. Ao mesmo tempo, no consórcio não há a cobrança de juros como nos financiamentos imobiliário, mas tampouco o consorciado recebe um retorno pela poupança que está constituindo.

"Eu só recomendo o consórcio para quem pode esperar ser sorteado porque já tem um lugar para morar", afirma Gustavo Cerbasi, o especialista em finanças pessoais que mais vende livros no Brasil. Os consórcios imobiliários têm prazo de até 180 meses. Isso significa que o azarado que for sorteado por último no consórcio terá de esperar nada menos do que 15 anos para adquirir o imóvel.

Para quem tiver sorte ou então dinheiro para dar um lance e antecipar o recebimento do bem, no entanto, pode valer muito a pena optar por essa modalidade de aquisição. "Nesses casos, o consórcio será uma alternativa mais barata que o financiamento." Nos consórcios, não há a cobrança de juros. Os consorciados arcam apenas com uma taxa de administração, que varia de 1,5% a 2,4% por ano, e com a correção monetária. O percentual é muito inferior ao das linhas de crédito imobiliário disponíveis no mercado, que cobram juros de cerca de 12% ao ano. "No financiamento imobiliário, o valor total com juros alcança até 2,7 vezes o valor financiado. No consórcio, esse custo equivale a 1,5 vez o capital do consorciado", calcula o consultor financeiro Mauro Calil.

Para quem tem uma boa reserva em dinheiro, uma alternativa é tentar antecipar o aquisição do imóvel dando um lance. Geralmente, as administradoras convocam reuniões mensais para o sorteio e leilão das cartas de crédito. Nessas ocasiões, é possível fazer propostas financeiras para a retirada do valor. Quem fizer o melhor lance, leva a carta de crédito. "Mesmo se você não oferecer o maior valor, pode direcionar este dinheiro para quitar parte de suas parcelas e diminuir o tempo de espera pela carta", diz o advogado Nelson Lacerda, especialista em tributação e pioneiro nas ações revisionais bancárias.

Cada plano estabelece um valor mínimo para as propostas. No Bradesco, maior administrador de consórcios do país, o lance mínimo para imóveis equivale a 20% da carta de crédito. Mas não adianta dar um lance de 30% do valor do imóvel se outro consorciado oferecer 40%. Nesse caso, ele será o contemplado. Ainda restará ao consorciado tentar a contemplação no mês seguinte, quantos vezes eles quiser.

"Se você pagou a primeira parcela, já pode propor um lance no próximo mês", diz Lacerda. No entanto, os consorciados que são contemplados com a carta de crédito logo no início das prestações acabam pagando mais com o tempo. "As parcelas são reajustadas pelo Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) ou Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Mas essa diferença é bem menor do que o total resultante dos juros do financiamento", diz Lacerda.

Lado B

"Nos últimos anos, as taxas de juro de algumas linhas de crédito imobiliário foram reduzidas e os prazos das prestações, estendidos. Com isso, os consórcios se tornaram menos competitivos", afirma Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Assim, em alguns casos, o financiamento pode, sim, ser mais vantajoso. Lúcio Delfino, diretor administrativo da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABNH), recomenda uma meticulosa comparação entre as duas modalidades de crédito.

Ele lembra, por exemplo, que, dependendo do sistema de amortização, as taxas de juros do financiamento sempre estarão vinculadas ao saldo devedor. Como consequência, ao longo dos anos o valor das prestações irá diminuir. O mesmo não acontece com os consórcios. "A correção monetária segue o mesmo raciocínio dos juros do financiamento. Mas a taxa de administração sempre será calculada sobre o valor da carta de crédito”, afirma Delfino.

Dessa forma, se você for contemplado no início do plano de consórcio, sua carta de crédito terá um valor estagnado, mas as parcelas continuarão sendo reajustadas segundo essa lógica. Outro ponto a ser pesado é a idoneidade das administradoras. Enquanto no financiamento você é o devedor, no consórcio você se torna credor da instituição. Assim, se a empresa falir, é quase certo que você fique a ver navios, sem a carta de crédito na mão. Por isso, recomendam os especialistas, escolha sempre administradoras que tenham parceria com alguma instituição regulada pelo sistema financeiro.

Lacerda alerta para os consórcios privados, organizados, geralmente, por empreiteiras. Nesta modalidade, o ritmo de construção da obra é determinado pela quantidade de dinheiro que entra em caixa. Se há inadimplência, por exemplo, há risco de a obra parar e da construtora quebrar. Não foram poucos casos de administradoras de consórcios que quebraram nas décadas de 80 e 90, quando a legislação ainda não era tão rígida.

Mesmo hoje em dia, especialistas afirmam que o ideal é contratar uma administradora de consórcio ligada a um banco pois o negócio estará sob supervisão do Banco Central. Se alguma administradora não entregar a carta de crédito prometida, perde o direito de prestar o serviço. "No passado, tivemos um grande trauma com estas empresas. Mas, hoje, as garantias são outras. Há uma maior solidez", afirma Calil.

No entanto, segundo Oliveira, nada como poupar o dinheiro sem precisar recorrer a uma administradora de consórcios. "Se você fizer seu pé de meia, você ganha juros. Se entra num consórcio, paga os juros", afirma. O único problema é ter que esperar anos para juntar o dinheiro e, ao mesmo tempo, aprender a ser fiel às próprias metas pessoais.

Como funciona?

Entender a lógica interna do consórcio é o primeiro passo para decidir se ele é adequado ao seu perfil financeiro ou não. Assim, na composição das prestações do consórcio inclui-se também um valor que se destina à formação de um fundo de reserva. Esse fundo tem por objetivo garantir as cartas de crédito em caso de qualquer eventualidade. Se não utilizado, ao final do plano o dinheiro é devolvido aos participantes.

Para saber quanto terá de pagar por mês, o consorciado pode fazer uma conta simples. Basta somar o percentual da taxa de administração ao do fundo de reserva, aplicar o percentual resultante sobre o valor da carta de crédito e, então, dividir o total pela quantidade de prestações.

Durante o plano, as prestações são corrigidas pelo valor do bem, seguindo a tabela de preços do fabricante. No caso de imóveis, o indicador mais utilizado é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Para imóveis na planta, as parcelas são reajustas pelo Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB).

No caso de inadimplência, as administradoras tomam duas atitudes diferentes. Se isso ocorrer após a contemplação, o bem é tomado e levado a leilão para pagamento da dívida. Já se a falta de pagamento se der antes da contemplação, o participante terá três meses para regularizar sua situação. Caso isso não seja feito, o consorciado continuará participando dos sorteios mensais e poderá receber de volta o dinheiro aplicado quando for contemplado.

Quem tiver dívidas também poderá se beneficiar da nova regulamentação. Ao ser contemplado, o consorciado poderá optar por utilizar a carta de crédito na quitação do atual financiamento ao invés de comprar um novo bem. Mas haverá uma restrição: um consórcio imobiliário só poderá ser usado para quitar uma dívida também imobiliária. O consorciado também não poderá utilizar a carta de crédito para abater prestações. O dinheiro será liberado para o pagamento de dívidas somente se for suficiente para quitar totalmente o financiamento. Como o bem é a garantia do consórcio, precisa estar em nome do consorciado. E, sem a quitação completa, isso não é possível pois o bem permanecerá em nome do banco.

A partir de março de 2010, tornou-se possível utilizar os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para o pagamento de parte das prestações de consórcios. O benefício é destinado a trabalhadores consorciados que já tenham sido contemplados com a carta de crédito e também já tenham adquirido o imóvel. Para sacar o recurso, o imóvel e o consórcio devem necessariamente estar no nome do beneficiado e o valor de compra do imóvel também não pode ser superior a 500.000 reais. As outras regras para a retirada do FGTS também se aplicam nesse caso.

Fonte: Talita Arantes / Portal Exame

sábado, 7 de agosto de 2010

Fechamento de varandas é decidido em convenção


Uma das emendas ao projeto do Novo Plano Diretor prevê a anistia da multa devida pelo fechamento de uma varanda com vidros. Mas o Código Civil e a convenção do condomínio não podem ser esquecidos: o envidraçamento é uma alteração de fachada e, se não for aprovado pelos demais proprietários de imóveis da edificação, ele não pode ser feito. É o que explicam advogados especializados em direito imobiliário. Apesar de o projeto do novo Plano Diretor, que deve ser votado este mês, propor a anulação do pagamento de taxas para a legalização dessas obras, a alteração na lei não revoga a convenção condominial.


O advogado Hamilton Quirino lembra que consta do artigo 1.336, parágrafo terceiro, do Código Civil, que é dever dos condôminos “não alterar a cor da fachada, das partes e esquadrias externas”. Ainda segundo ele, as convenções, geralmente, contêm dispositivo semelhante. Assim, conste ou não da convenção, a alteração da fachada não pode ser feita.

“O fechamento da varanda, quando efetuado por uma ou por algumas pessoas, constitui uma alteração da fachada. Para haver autorização do condomínio, teria que haver o quorum de 100% dos condôminos. Na prática, muitas vezes a alteração vem sendo tolerada e no fim acaba constituindo-se em autorização implícita”, explica o advogado.


O advogado Renato Anet lembra que a alteração pode até mesmo comprometer a parte estrutural do prédio - por isso, a necessidade de aprovação do condomínio, que encomendaria um projeto adequado.


“Caso seja aprovada a lei, o requerente, ainda assim, deverá submeter a decisão de fechamento da varanda ao condomínio. Será através de assembleia que a alteração será permitida. Pois do contrário, os prédios poderão sofrer sérias alterações, prejudicando a parte visual da fachada e até comprometendo a parte estrutural”, explica o advogado Renato Anet.


Manoel Maia, vice-presidente do Secovi Rio, faz coro com o colega e acrescenta que a solicitação deve ser também submetida ao arquiteto responsável pelo projeto do prédio, desde que este não tenha cedidos os direitos de alteração ao condomínio.

A emenda do Plano Diretor sobre as varandas altera a lei complementar nº 99, de autoria de João Cabral (DEM), que cria a regularização onerosa, isto é, regras para legalizar o chamado “puxadinho” mediante pagamento de taxas. Desde a sua aprovação, 13.128 pedidos de regularização - relativos sobretudo ao fechamento de varandas e expansão de cobertura -foram protocoladas na Secretaria municipal de Urbanismo. Desde então, a regularização de acréscimos só era permitida na Barra e no Recreio. Para o advogado Hamilton Quirino, a ideia da emenda é boa, pois atingiria um grande número de pessoas, regularizando uma situação já pendente há vários anos.


A prefeitura, no entanto, é contrária à aprovação da emenda e pretende se mobilizar para que a proposta nem vá a plenário. De acordo com o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, a regularização de puxadinhos não é tema para um Plano Diretor. Ao fechar as varandas, ele ressalta, há um acréscimo de 20% nas área construída.


Fonte:  O Globo



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Decisão da Justiça reitera corretor como avaliador de imóveis

No último dia 29 de junho, a Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (DF) negou provimento às apelações do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Economia (Confea) e do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape) no sentido de impedir os corretores de imóveis de elaborarem parecer de avaliação mercadológica das propriedades.

Pelo acórdão, assinado pelo Desembargador Federal Reynaldo Fonseca, fica assegurada a legitimidade da Resolução COFECI nº 957/2006, uma vez que "opinar quanto à comercialização imobiliária" inclui a elaboração daquele parecer.

A Sétima Turma também julgou que as atividades elencadas no art. 3º, da Resolução COFECI nº 957/2006 - relativas à avaliação dos imóveis - não necessitam de formação específica na área de engenharia, arquitetura ou agronomia, pois estão relacionadas à área de atuação e de conhecimento do corretor de imóveis.

Com o entendimento do Tribunal, fica consolidado o próprio objetivo da Resolução COFECI, no sentido de fornecer ao cidadão uma avaliação eficaz de sua propriedade, real e com conteúdos abrangentes e não apenas um relatório padronizado e sem profundidade. Pelo acórdão, "é a segurança do mercado imobiliário que se objetiva, o que demonstra estar em harmonia com a finalidade da Lei nº 6.530/78".

Essa decisão vai ao encontro da jurisprudência já consolidada sobre a questão da competência para a avaliação dos imóveis, que não restringiu essa atividade apenas a alguns profissionais, mas reconheceu a capacidade técnica dos corretores de imóveis, especialmente no que tange ao aspecto mercadológico.

"A Justiça valoriza, com essa decisão, a capacidade dos corretores de imóveis, confiando a esses profissionais a responsabilidade para a elaboração de pareceres de valoração comercial. Acredito que, dessa maneira, resta claro à sociedade que são os intermediadores imobiliários as pessoas mais qualificadas para atribuir o valor adequado às propriedades, com base na experiência diária, no conhecimento do mercado e, também, no estudo de todas as variáveis que possam fazer parte desse cálculo", comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.

Fonte: CRECISP

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Faltam imóveis de um quarto em São Paulo. Jovens casais e estudantes são os principais interessados neste tipo de apartamento.


O aumento da quantidade de pessoas que moram sozinhas e dos casais sem filhos provocou a redução drástica do número de imóveis de um dormitório disponíveis na cidade de São Paulo.
Com a oferta em baixa, o preço deste tipo de casa ou apartamento disparou.    Os apartamentos mais procurados por estudantes, recém-casados e pessoas que trabalham na capital paulista apenas parte da semana têm cozinha, banheiro, quarto e sala.   Geralmente, possuem entre 40 e 70 metros quadrados, estão próximos do centro da cidade e fácil acesso ao transporte público.

Outros atrativos deste tipo de imóvel são a facilidade na manutenção e o condomínio
baixo.    Apenas 5% do total de imóveis novos à venda na cidade de São Paulo têm um
dormitório.    Segundo as construtoras, faltam terrenos no município, o que faz com que o mercado priorize os empreendimentos de dois ou mais quartos.

O BB (Banco do Brasil), estreante no setor de crédito imobiliário, lançou mão de uma nova fonte de recursos para expandir a oferta de financiamentos para quem quer adquirir a casa própria. A instituição assinou os primeiros contratos de financiamento para pessoas físicas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).    "É um funding (fonte de recursos) que vai ajudar nessa expansão do crédito imobiliário", disse o gerente executivo de empréstimos e financiamentos do BB, João Martins Felcar.
Segundo ele, o banco "paga menos" para captar esses recursos, mas a taxa ao tomador finalé estabelecida em regras, o que equilibra a balança de ganhos da instituição.

Para Felcar, o crédito imobiliário é a "última fronteira" que a instituição precisava passar. O BB iniciou a atuação no crédito imobiliário, com recursos próprios por meio do SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), em dezembro de 2007. A autorização para oferta de crédito por meio do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), com recursos de poupança e do FGTS, veio em julho de 2008.
As primeiras unidades financiadas pelo BB com recursos do FGTS são de Sorocaba e São Bernardo e estão enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida. O foco são famílias com renda de R$ 1.395 até R$ 4,9 mil.
Para atuar em faixa abaixo dessa escolhida pelo banco. Felcar disse que ainda é preciso adquirir conhecimentos, pois seria preciso parcerias com prefeituras e governos estaduais. "A decisão estratégica até o momento, o que não significa que não pode ser reformulada daqui a pouco", afirmou o executivo.   Segundo Felcar, o banco pretende financiar, em breve, unidades em outros municípios de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. "Daqui a pouco estaremos em todos os estados. Vamos trabalhar com grandes, médias e pequenas construtoras. Estamos num momento de aquecimento muito grande de venda de imóveis", disse o gerente executivo.


Fonte: R7



A seguir, três especialistas de diferentes setores ensinam os principais cuidados que todo comprador deve tomar antes, durante e depois do processo de compra de um imóvel na planta:


1 - Defina seus critérios: Antes de começar a peregrinação pelos estandes das incorporadoras, lembre-se que a compra de um imóvel na planta é uma transação de longo prazo. É um tipo de negócio que sempre requer muita análise prévia sobre suas necessidades e realidade financeira nos próximos anos. "A pessoa deve se perguntar qual é o tamanho da prestação que cabe no bolso e qual é a necessidade da família. Quando isso estiver claro, você está pronto para procurar o imóvel adequado para seu perfil", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP, o sindicato da habitação. De acordo com ele, esse simples "cálculo" é suficiente para manter o comprador longe de fechar contratos por impulso.


2 - Bisbilhote o passado da construtora: "Para escapar de problemas, firme contratos com incorporadoras que tenham uma boa reputação no mercado", diz Octávio Galvão Neto, coordenador da Câmara de Avaliação do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (IBAPE/SP). Não é possível chegar a conclusões concretas sobre a idoneidade da empresa com apenas algumas conversas com o corretor imobiliário no estande de vendas. Segundo especialistas, a primeira estratégia pra se prevenir de eventuais dores de cabeça com empreendimentos imobiliários é analisar o histórico da construtora. E isso demanda muita sola de sapato. É comum, por exemplo, que alguns prédios apresentem vícios na construção, como fissuras, infiltrações e outras deficiências resultantes de um mau planejamento arquitetônico - ou mesmo do uso de materiais de construção de baixa qualidade. Prever esse tipo de problema, contudo, é praticamente impossível. Por isso, aconselha Galvão, uma visita a outros lançamentos da construtora é indispensável. "Os problemas tendem a se repetir", diz. Assim, a dica é investigar com os moradores sobre possíveis atrasos na obra, problemas de infraestrutura e descumprimento de promessas. Verifique também se a empresa tem pendências na Justiça ou reclamações na Fundação Procon. Para conferir se a administradora pisou na bola com outros clientes, consulte a lista de reclamações no site do Procon.


3 - Atenção aos documentos: Para não cair em golpes, peça sempre uma cópia do memorial de incorporação da obra. Se o corretor disser que a construção ainda não possui, então nem continue a conversa. "É crime levantar um empreendimento sem estes documentos", diz Crestana, do Secovi. A lei 4591, de 1964, determina que, antes de iniciar qualquer negociação imobiliária, as incorporadoras devem registrar no cartório de imóveis um conjunto de quinze documentos. Entre eles estão a prova da propriedade do terreno, o projeto de construção aprovado pela prefeitura, o cálculo exato da área do imóvel e a descrição do acabamento e material utilizado na construção. "No memorial, tudo é descrito de maneira bem minuciosa. É preciso prestar muita atenção nesses itens", afirma Patrcia Ferraz, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP). Isso porque é muito fácil se encantar com a decoração dos apartamentos em exposição ou com as promessas dos corretores. No entanto, apenas o memorial de incorporação oferece uma dimensão concreta do imóvel que está sendo comprado.


4 - Visite a obra pessoalmente: Não visitar o local de construção da obra é um dos piores erros de quem está negociando um imóvel na planta. É comum que os estandes de vendas das construtoras fiquem em locais mais movimentados, como shopping centers. Muita gente opta pelo mais cômodo e confia apenas na descrição do imóvel feita pelos corretores. O conforto, no entanto, pode virar um pesadelo quando as chaves forem entregues. "Recentemente, vistoriei um empreendimento localizado em uma rua com problema de drenagem. Chovia e a água subia quase um metro", conta Galvão Neto. Ou seja, se os futuros condôminos deste novo prédio não tiverem a precaução de conversar com os moradores da região, poderão ter uma surpresa todas as vezes que nuvens negras se formarem no céu. Bancar o detetive para apurar questões como a infraestrutura urbana, os serviços de água e esgoto e até a presença de feiras ou festas na rua é essencial. Um bom passeio pela vizinhança pode garantir também um esboço sobre a média do IPTU e das taxas condominiais da região. Por outro lado, caso você feche o contrato fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do Consumidor dá o direito de desistir da compra num período de sete dias. Mas sempre vale a pena checar tudo antes de assinar o contrato.


5 - Não subestime a maquete: Por mais bonita que seja, a maquete não é mero objeto de decoração do estande de vendas. É, sim, o principal instrumento para sua tomada de decisão. Por isso, examine a composição de cada item e pergunte se o que está ali corresponde à realidade do futuro empreendimento. Assim, na hora de escolher o apartamento para comprar, guie-se pelas coordenadas da maquete. "Os apartamentos da face sul tem menor insolação, nos da face norte sempre bate mais sol", afirma o presidente do Secovi-SP. Verifique também para onde dá a vista de cada imóvel - esse tipo de questionamento pode influenciar o preço do apartamento e, no futuro, sua valorização.


6 - Tudo pode ser usado no tribunal: A prevenção é sempre uma ótima aliada para quem está adquirindo um imóvel na planta. Os especialistas recomendam que o comprador guarde todos os papeis ou registros escritos que lhe forem entregues por funcionários da administradora. Vale até folhetos promocionais e e-mails trocados com os corretores. "Tente fazer as perguntas sempre por escrito para ter uma garantia", diz Galvao Neto. Todo este material pode servir como prova caso haja algum abuso por parte da empresa. Não é regra, mas por cautela, vale registrar todo este arquivo no cartório de registro de titulos e documentos.


7 - Torne oficial: Ao fechar o compromisso de compra e venda do imóvel, muitas pessoas se esquecem de registrar o documento. No entanto, pelas leis brasileiras, a propriedade só é transferida após o registro da escritura no cartório de registro de imóveis. "Não basta verificar a vida da pessoa que está vendendo. Sem o registro, você não tem os direitos sobre a propriedade", afirma Patrícia Ferraz. Ela exemplifica com um caso em que a proprietária de um imóvel decidiu registrar a escritura em cartório apenas alguns anos após a compra. "Neste período, a pessoa que vendeu o imóvel ficou com débito na previdência e o patrimônio ficou indisponibilizado", diz. Por outro lado, se você registrar o contrato, a incorporadora será obrigada a pedir sua autorização para qualquer mudança no projeto inicial, por exemplo. Para evitar gastos em dobro no cartório, muita gente não recorre a esta conduta. No entanto, no estado de São Paulo, é possível pagar 30% do valor final do registro da escritura no registro do compromisso de compra e venda do imóvel. Os outros 70% podem ser pagos na hora de registrar a escritura.


8 - Consulte o tabelião: Neste processo, outra dica é firmar o contrato sempre com a assessoria jurídica de um tabelião. Boa parte das construtoras de imóveis tem parceria com advogados que fazem este serviço. No entanto, estima-se que a economia seja de 20% a 40% quando se estabelece uma escritura pública em vez de um contrato particular. Por não ter ligação com nenhuma das partes do acordo, a assessoria do tabelião para compor o contrato será mais imparcial e, por isso, menos arriscada para os compradores. Não são raros os casos de irregularidades neste tipo de contrato - que podem passar "despercebidas", dependendo da parceria do assessor jurídico com a incorporadora. Além disso, caso a construtora se torne inadimplente e não termine a obra, compradores que recorreram à escritura pública tornam-se automaticamente proprietários de parte do terreno onde o imóvel seria construído. Fato que garante maior segurança para a transação.


9 - Fique de olho na política de juros: Um abuso comum neste tipo de transação são os chamados juros no pé. Até a entrega das chaves, o comprador tem a garantia de que não precisará pagar juros. No entanto, assim que o imóvel fica pronto, a incorporadora passa a cobrar juros sobre todo o período financiado. Uma portaria de 2001 emitida pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça considera a prática irregular. No entanto, o assunto não é consensual entre os juristas. Há histórico de ações judiciais que deram ganho de causa para as construtoras que cobraram os juros. Para evitar problemas, recomenda-se criar uma cláusula no contrato que determine a rescisão ou devolução do dinheiro em casos como esse.


10 - Seja beneficiário do seguro: Fique atento aos contratos firmados com as companhias de seguro. Este tipo de acordo serve de garantia tanto para os casos de inadimplência do comprador quanto para irregularidades da administradora. Por isso, fique atento às clausulas que determinam quem é o beneficiário do contrato. Se for a incorporadora, em caso de atraso da obra, ela terá o direito de receber a indenização e ao comprador restará o prejuízo.


E finalmente, consulte um corretor de imóveis credenciado (como eu) de sua confiança.


Fonte: Portal Exame