sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Morar no primeiro andar custa até 30% menos - Preço de apartamentos em andares mais baixos são atrativos, mas dono pode sofrer com o barulho

Os apartamentos em andares mais baixos podem não ter boa fama por causa de muitos inconvenientes como o barulho da garagem ou do playground, problemas no encanamento ou uma vista nada inspiradora. Mas a vantagem é que são até 30% mais baratos do que os imóveis em andares mais altos, aponta pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP).

Além do bom preço, alguns compradores também procuram esses apartamentos por causa da facilidade que oferecem para se locomover. Dá para subir e descer do prédio sem precisar aguardar o elevador. "São econômicos tanto na hora de comprar como na hora de alugar", diz Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP. 

Mas a lista de problemas também é grande. "Esses imóveis costumam apresentar mais umidade nas paredes, formando bolhas e rachaduras que podem comprometer a pintura", lembra Viana Neto. 

Para Alexandre Tirelli, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Sciesp), é importante avaliar as diferenças entre apartamentos antigos e novos. "Os prédios construídos mais recentemente ficam bem distantes do chão, às vezes até no terceiro pavimento", falou.

Para a administradora hospitalar Eliana Spinelli Luciano, de 58 anos, comprar seu apartamento no primeiro andar foi um ótimo negócio, exceto por um detalhe: "A fonte da piscina era uma cachoeira barulhenta. Mas, em conversa com o condomínio foi fechada e hoje estou tranquila. Nada mais me desagrada", conta a moradora de um prédio no bairro Santa Cruz, na Zona Sul.

O que observar

Rachaduras nas paredes
Devido à movimentação natural do prédio ao longo de sua vida.

Cano entupido na pia da cozinha
Consequência de problemas no encanamento de outros andares.

Descarga disparada do banheiro
Provocada pela pressão da água que chega ao primeiro andar.
 
Barulho da garageme área de lazer
São inevitáveis nos apartamentos mais baixos.
 
Vista da janela pouco privilegiada
Por causa da sua proximidade com a rua.


Fonte:  Diário de S.Paulo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"Minha Casa, Minha Vida" encarece o sonho da casa própria


O valor do metro quadrado no Brasil cresceu 400% nos últimos dois anos. Em bairros considerados nobres nas grandes cidades, próxima de centros de compras, parques, restaurantes e com boa infraestrutura viária, este aumento é ainda mais significativo, chegando a 600%. O investimento nestas áres demanda de R$ 4.000 até R$ 7.000 o metro.

O levantamento foi realizado pelo Secovi (Sindicato da Habitação) por meio das unidades regionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador, que respondem a cerca de 3.000 dos 5.565 municípios brasileiros.

Segundo a pesquisa, o preço do metro quadrado é maior em São Paulo e Rio de Janeiro, os menores preços estão em Salvador e Porto Alegre. Estima-se que 1500 empreendimentos habitacionais estão em lançamento ou em construção, número que corresponde a pelo menos 150 mil novas moradias. O valor médio do metro quadrado desses imóveis fica entre R$ 1.200 e R$ R$ 7.000, variando de acordo com a localização, estrutura do bairro e, em alguns casos, do condomínio.

O robusto aumento dos valores se deve ao programa federal "Minha Casa, Minha Vida" que entregou até agora algo em torno de 100 mil casas --longe dos 1 milhão prometidos no lançamento do PAC-- mas que encareceu possíveis investimentos em moradia.

Caso a tendência de aumento se solidifique, aqueles que ganham até 3 salários mínimos estarão mais distante de conseguir a casa própria nos próximos anos, já que o programa federal tem assistido os que ganham acima de R$ 1.800 ao mês alegando não poder financiar mais que 30% da renda.

Ou seja, os que ganham abaixo dos 3 salários mínimos (que são os que precisam de financiamento) além de não estarem aptos a usarem o programa federal, ainda estarão com a vida mais difícil ao negociar com as construtoras.

Além de prometer e não cumprir, o atual Governo Federal brinca com o sonho de milhões de famílias brasileiras de terem sua casa própria.

Fonte:  Secovi (Sindicato da Habitação) / Sérgio Marcondes Soares

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Construtoras encaram onda de processos


O boom imobiliário dos últimos três anos em São Paulo veio acompanhado de um aumento nas ações judiciais contra as construtoras. Com dificuldades em cumprir os prazos contratuais para a entrega das obras, as empresas têm sido cada vez mais acionadas judicialmente por clientes insatisfeitos.

Para algumas construtoras, o crescimento no número de ações, entre 2008 e 2010, ultrapassou a casa dos 100%. O Ministério Público de São Paulo, em razão do crescimento das reclamações, ingressou com ações civis públicas contra sete construtoras.

O TJ-SP tem autorizado a rescisão de contratos e a devolução das parcelas pagas pelo consumidor, quando não há justificativa para o atraso. Para o Secovi, que representa as empresas, os atrasos na entrega das chaves são pontuais e justificados, segundo Ricardo Yazbek, citando as condições climáticas como um dos motivos para problemas.


Fonte:  Valor Econômico 
 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Imóveis residenciais próximos a centros comerciais, universidades e estações de metrô são mais rentáveis

Os empreendimentos residenciais mais procurados por investidores são aqueles que oferecem dois e três dormitórios e possuem área útil entre 50 m2 e 80 m2.

Como os preços dessas unidades são menores, a velocidade com que são alugadas aumenta. Também atendem a diversos públicos, desde estudantes até famílias.    A escolha do bairro onde comprar costuma ser conservadora como o investimento. A ideia é procurar regiões consolidadas, próximas a estações de metrô, universidade e escritórios.

Para definir onde dá para aliar aluguel rentável a regiões com alta ocupação, a Folha consultou especialistas, que apontaram os distritos de Bela Vista, Consolação, Liberdade (centro), Barra Funda, Butantã, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Perdizes, Pinheiros (zona oeste), Campo Belo, Moema e Vila Mariana (zona sul).    "Vale a pena investir porque são locais onde a locação é garantida", diz Fernando Sita, diretor de usados da Coelho da Fonseca.

O benefício tem seu preço (confira alguns nas fichas do quadro ao lado). "Nessas regiões o metro quadrado é mais caro. Para quem não tem tanto capital, vale optar por bairros que estão se reestruturando ou próximos a shoppings e futuras estações de metrô", completa Rubens Júnior, diretor da regional São Paulo da Rossi.

APOSTA

Quem não tem pressa para começar a receber os dividendos do aluguel pode apostar na compra dos imóveis na planta em regiões que devem se valorizar.    "A perspectiva de valorização dos imóveis nas imediações de futuras estações de metrô é de 10% a 20%. Quando a obra é entregue, a valorização aumenta", afirma Roseli Hernandes, diretora comercial da Lello Imóveis.

Para Rubens Júnior, a valorização vai se concentrar especialmente nas regiões sul e oeste, onde há mais melhorias na infraestrutura.

Fernando Sita ressalta que investir em regiões que antes eram puramente comerciais, como as proximidades das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luiz Carlos Berrini, é uma boa opção. "As pessoas querem, cada vez mais, morar perto do trabalho", afirma. Para isso, é sempre bom conhecer corretores, que podem passar os lançamentos em primeira mão.  "Antes do lançamento, procuramos potenciais investidores", conta Paola Alambert, diretora de marketing de grande empresa do mercado imobiliário.

Fonte:   Folha Online



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Escritura

A posse da escritura é algo que preocupa bastante a todos que compram um imóvel. Com toda a razão, já que a escritura definitiva é parte importantíssima para se garantir o imóvel.

Mas existem algumas etapas pelas quais a escritura tem que passar antes de ser outorgada, ou seja, antes da escritura ser aprovada e registrada no cartório onde estiver matriculado o imóvel.

- A unidade precisa estar paga integralmente
- O habite-se tem que ter sido expedido e averbado na matrícula do imóvel.
- A baixa da hipoteca deve ser averbada no Cartório de Registro de Imóveis

Vale lembrar também que a Brookfield não fornece a escritura definitiva para terceiros. Ou seja, a escritura só será liberada para o proprietário que tiver o nome no banco de dados da incorporadora. Se o cliente estiver negociando o seu imóvel com terceiros, terá que ser feita uma escritura de compra e venda com cessão e transferência, com a cobrança de um ITBI (link para post anterior).

A Brookfield Incorporações, para facilitar o processo, indica alguns Cartórios de Tabelião de Notas, que já possuem a documentação necessária para a lavratura da Escritura Definitiva. Para saber quais são esses cartórios, basta entrar em contato com o departamento de Relacionamento a Clientes – 0800-7700877.

O valor pago entre impostos e despesas com cartório é de aproximadamente 5% o valor de compra e venda, dependendo do município. O cartório que faz esse cálculo.


Fonte: site Brookfield

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Imóveis 'baratos' nos EUA atraem compradores brasileiros

EUA buscam saída para seus imóveis desvalorizados após a crise.    Preços de casas e apartamentos caíram, em média, 45%.


Mais de dois anos após o estouro da bolha nos Estados Unidos, o setor imobiliário do país ainda se recupera lentamente, mantendo casas e apartamentos desvalorizados. Atraídos pela oportunidade de comprar imóveis a preços mais baixos do que os verificados antes de 2008 e convertê-los em rendimento, brasileiros estão apostando nesse terreno.

De olho na expansão da economia brasileira, imobiliárias dos Estados Unidos oferecem descontos para quem mora no Brasil e quer comprar uma casa ou um apartamento lá fora. No último ano, esse movimento tem sido mais frequente, de acordo com Renan Cazarine Constantino, da Piquet Realty, imobiliária norte-americana que trouxe para um salão de habitação em São Paulo opções de imóveis em Miami, na Flórida, com preços reduzidos.
"Vemos no mercado brasileiro uma grande oportunidade. Enquanto os Estados Unidos ainda não se recuperam da recessão, a economia do Brasil se mantém em crescimento. Com a valorização do real, acaba compensando comprar um imóvel fora, enquantos os preços estão baixos, e colocar até para alugar", disse Constantino. A empresa oferece apartamentos a partir de 180 metros quadrados, a US$ 580 mil (o equivalente a cerca de R$ 986 mil), que incluem cozinha planejada e banheiros equipados.

Dados da rede de imobiliárias norte-americana, que tem parcerias com 75 países, mostram que 80% dos imóveis vendidos no último ano, em Miami, foram comprados por estrangeiros. Desse total, 50% são brasileiros.   "O preço caiu tanto que já é possível comprar uma casa de bom padrão em Miami, com três dormitórios, piscina, quadra, em uma área residencial por preços parecidos com os encontrados no Brasil. Em média, os imóveis nos Estados Unidos estão custando 45% menos do que antes da crise, quando o mercado estava superaquecido", disse o presidente de relações da National Association of Realtors (NAR) para o Brasil, Marco Fonseca.

Em Miami, há imóveis de 100 a 110 metros quadrados a partir de US$ 70 mil (cerca de R$ 119 mil), segundo Fonseca. Uma casa, por exemplo, em uma área escolar relativamente valorizada, de 280 metros quadrados, pode ser encontrada, em média, por US$ 300 mil (perto de R$ 510 mil). No Brasil, imóveis com esse mesmo perfil chegam a custar, em média, a partir de R$ 297 mil e R$ 784 mil, respectivamente, considerando preços encontrados na capital paulista.

Especialistas do mercado defendem que a compra de imóveis no exterior pode ser uma boa fonte de renda, considerando as chances de os Estados Unidos se recuperarem da crise, o que faria com que os imóveis tinvessem valorização. "Quem não quiser alugar também pode comprar para passar férias, fazer compras", sugere o corretor.

Cuidados

Embora possa parecer vantajosa, a compra de um imóvel no exterior requer cuidados, na avaliação de especialistas. A orientação é que o interessado procure um corretor profissional com o certificado CIPS, que lhe dá a capacidade de conduzir a aquisição do imóvel no exterior. É imprescindível ainda que o corretor seja associado à NAR.

Outro ponto ao qual os interessados devem ficar atentos é o visto. "Não é porque a pessoa possui um imóvel nos Estados Unidos que terá livre acesso ao país. Essa é uma questão importante, principalmente se o imóvel for comprado para turismo", disse Fonseca.

Estrangeiros no Brasil

O movimento inverso, de estrangeiros investindo na compra de imóveis no Brasil, também tem sido observado. Com o mercado em expansão, empresas europeis, asiáticas e norte-americanas têm alugado prédios inteiros para se instalar no país.    "Vivemos um momento de muita segurança jurídica, de perspectivas de crescimento ainda maiores para a economia, sem contar as condições naturais do nosso país. É natural que o investidor estrangeiro se sinta motivado a vir para o Brasil", afirmou o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), João Crestana.

Além do eixo Rio-São Paulo, onde estão concentrados os centros financeiros do país, a região Nordeste tem exercido grande atração sobre os estrangeiros, principalmente sobre europeus. "Vemos de tudo. Advogados comprando escritórios em São Paulo, investidores comprando resorts", disse o presidente de relações da National Association of Realtors (NAR).


Fonte:    G1/Anay Cury

sábado, 2 de outubro de 2010

Planta baixa, planta de localização e memorial descritivo

Quer saber exatamente o que você vai comprar e a onde comprar. É mais do que uma necessidade, é uma obrigação. Por isso antes de você efetuar a compra é importante estudar com atenção a planta do seu imóvel, além da planta baixa existe a planta de localização e o memorial descritivo, saiba como:

A planta baixa é a ilustração da sua unidade cortada ao meio, é o desenho onde estão as divisões internas que determina cada ambiente da sua unidade. Nela você encontra detalhes como janelas e portas, às vezes elas tem a sugestão de decoração, assim facilitando a visão interna dos ambientes.

A planta de localização é a posição gráfica que abrange o entorno da região que o seu terreno está localizado, suas vizinhanças, ruas próximas e ilustra a posição do seu empreendimento no perímetro interno do terreno.
 
O memorial descritivo é o documento essencial para saber o que você receberá. Esse memorial contém todos os itens de acabamento, informações sobre a infra-estrutura elétrica e hidráulica, equipamentos e serviços especializados tanto de seu apartamento quanto das áreas comuns do empreendimento, caso ele seja em um condomínio.


Fonte: Brookfield Incorporações

A seguir, três especialistas de diferentes setores ensinam os principais cuidados que todo comprador deve tomar antes, durante e depois do processo de compra de um imóvel na planta:


1 - Defina seus critérios: Antes de começar a peregrinação pelos estandes das incorporadoras, lembre-se que a compra de um imóvel na planta é uma transação de longo prazo. É um tipo de negócio que sempre requer muita análise prévia sobre suas necessidades e realidade financeira nos próximos anos. "A pessoa deve se perguntar qual é o tamanho da prestação que cabe no bolso e qual é a necessidade da família. Quando isso estiver claro, você está pronto para procurar o imóvel adequado para seu perfil", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP, o sindicato da habitação. De acordo com ele, esse simples "cálculo" é suficiente para manter o comprador longe de fechar contratos por impulso.


2 - Bisbilhote o passado da construtora: "Para escapar de problemas, firme contratos com incorporadoras que tenham uma boa reputação no mercado", diz Octávio Galvão Neto, coordenador da Câmara de Avaliação do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (IBAPE/SP). Não é possível chegar a conclusões concretas sobre a idoneidade da empresa com apenas algumas conversas com o corretor imobiliário no estande de vendas. Segundo especialistas, a primeira estratégia pra se prevenir de eventuais dores de cabeça com empreendimentos imobiliários é analisar o histórico da construtora. E isso demanda muita sola de sapato. É comum, por exemplo, que alguns prédios apresentem vícios na construção, como fissuras, infiltrações e outras deficiências resultantes de um mau planejamento arquitetônico - ou mesmo do uso de materiais de construção de baixa qualidade. Prever esse tipo de problema, contudo, é praticamente impossível. Por isso, aconselha Galvão, uma visita a outros lançamentos da construtora é indispensável. "Os problemas tendem a se repetir", diz. Assim, a dica é investigar com os moradores sobre possíveis atrasos na obra, problemas de infraestrutura e descumprimento de promessas. Verifique também se a empresa tem pendências na Justiça ou reclamações na Fundação Procon. Para conferir se a administradora pisou na bola com outros clientes, consulte a lista de reclamações no site do Procon.


3 - Atenção aos documentos: Para não cair em golpes, peça sempre uma cópia do memorial de incorporação da obra. Se o corretor disser que a construção ainda não possui, então nem continue a conversa. "É crime levantar um empreendimento sem estes documentos", diz Crestana, do Secovi. A lei 4591, de 1964, determina que, antes de iniciar qualquer negociação imobiliária, as incorporadoras devem registrar no cartório de imóveis um conjunto de quinze documentos. Entre eles estão a prova da propriedade do terreno, o projeto de construção aprovado pela prefeitura, o cálculo exato da área do imóvel e a descrição do acabamento e material utilizado na construção. "No memorial, tudo é descrito de maneira bem minuciosa. É preciso prestar muita atenção nesses itens", afirma Patrcia Ferraz, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP). Isso porque é muito fácil se encantar com a decoração dos apartamentos em exposição ou com as promessas dos corretores. No entanto, apenas o memorial de incorporação oferece uma dimensão concreta do imóvel que está sendo comprado.


4 - Visite a obra pessoalmente: Não visitar o local de construção da obra é um dos piores erros de quem está negociando um imóvel na planta. É comum que os estandes de vendas das construtoras fiquem em locais mais movimentados, como shopping centers. Muita gente opta pelo mais cômodo e confia apenas na descrição do imóvel feita pelos corretores. O conforto, no entanto, pode virar um pesadelo quando as chaves forem entregues. "Recentemente, vistoriei um empreendimento localizado em uma rua com problema de drenagem. Chovia e a água subia quase um metro", conta Galvão Neto. Ou seja, se os futuros condôminos deste novo prédio não tiverem a precaução de conversar com os moradores da região, poderão ter uma surpresa todas as vezes que nuvens negras se formarem no céu. Bancar o detetive para apurar questões como a infraestrutura urbana, os serviços de água e esgoto e até a presença de feiras ou festas na rua é essencial. Um bom passeio pela vizinhança pode garantir também um esboço sobre a média do IPTU e das taxas condominiais da região. Por outro lado, caso você feche o contrato fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do Consumidor dá o direito de desistir da compra num período de sete dias. Mas sempre vale a pena checar tudo antes de assinar o contrato.


5 - Não subestime a maquete: Por mais bonita que seja, a maquete não é mero objeto de decoração do estande de vendas. É, sim, o principal instrumento para sua tomada de decisão. Por isso, examine a composição de cada item e pergunte se o que está ali corresponde à realidade do futuro empreendimento. Assim, na hora de escolher o apartamento para comprar, guie-se pelas coordenadas da maquete. "Os apartamentos da face sul tem menor insolação, nos da face norte sempre bate mais sol", afirma o presidente do Secovi-SP. Verifique também para onde dá a vista de cada imóvel - esse tipo de questionamento pode influenciar o preço do apartamento e, no futuro, sua valorização.


6 - Tudo pode ser usado no tribunal: A prevenção é sempre uma ótima aliada para quem está adquirindo um imóvel na planta. Os especialistas recomendam que o comprador guarde todos os papeis ou registros escritos que lhe forem entregues por funcionários da administradora. Vale até folhetos promocionais e e-mails trocados com os corretores. "Tente fazer as perguntas sempre por escrito para ter uma garantia", diz Galvao Neto. Todo este material pode servir como prova caso haja algum abuso por parte da empresa. Não é regra, mas por cautela, vale registrar todo este arquivo no cartório de registro de titulos e documentos.


7 - Torne oficial: Ao fechar o compromisso de compra e venda do imóvel, muitas pessoas se esquecem de registrar o documento. No entanto, pelas leis brasileiras, a propriedade só é transferida após o registro da escritura no cartório de registro de imóveis. "Não basta verificar a vida da pessoa que está vendendo. Sem o registro, você não tem os direitos sobre a propriedade", afirma Patrícia Ferraz. Ela exemplifica com um caso em que a proprietária de um imóvel decidiu registrar a escritura em cartório apenas alguns anos após a compra. "Neste período, a pessoa que vendeu o imóvel ficou com débito na previdência e o patrimônio ficou indisponibilizado", diz. Por outro lado, se você registrar o contrato, a incorporadora será obrigada a pedir sua autorização para qualquer mudança no projeto inicial, por exemplo. Para evitar gastos em dobro no cartório, muita gente não recorre a esta conduta. No entanto, no estado de São Paulo, é possível pagar 30% do valor final do registro da escritura no registro do compromisso de compra e venda do imóvel. Os outros 70% podem ser pagos na hora de registrar a escritura.


8 - Consulte o tabelião: Neste processo, outra dica é firmar o contrato sempre com a assessoria jurídica de um tabelião. Boa parte das construtoras de imóveis tem parceria com advogados que fazem este serviço. No entanto, estima-se que a economia seja de 20% a 40% quando se estabelece uma escritura pública em vez de um contrato particular. Por não ter ligação com nenhuma das partes do acordo, a assessoria do tabelião para compor o contrato será mais imparcial e, por isso, menos arriscada para os compradores. Não são raros os casos de irregularidades neste tipo de contrato - que podem passar "despercebidas", dependendo da parceria do assessor jurídico com a incorporadora. Além disso, caso a construtora se torne inadimplente e não termine a obra, compradores que recorreram à escritura pública tornam-se automaticamente proprietários de parte do terreno onde o imóvel seria construído. Fato que garante maior segurança para a transação.


9 - Fique de olho na política de juros: Um abuso comum neste tipo de transação são os chamados juros no pé. Até a entrega das chaves, o comprador tem a garantia de que não precisará pagar juros. No entanto, assim que o imóvel fica pronto, a incorporadora passa a cobrar juros sobre todo o período financiado. Uma portaria de 2001 emitida pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça considera a prática irregular. No entanto, o assunto não é consensual entre os juristas. Há histórico de ações judiciais que deram ganho de causa para as construtoras que cobraram os juros. Para evitar problemas, recomenda-se criar uma cláusula no contrato que determine a rescisão ou devolução do dinheiro em casos como esse.


10 - Seja beneficiário do seguro: Fique atento aos contratos firmados com as companhias de seguro. Este tipo de acordo serve de garantia tanto para os casos de inadimplência do comprador quanto para irregularidades da administradora. Por isso, fique atento às clausulas que determinam quem é o beneficiário do contrato. Se for a incorporadora, em caso de atraso da obra, ela terá o direito de receber a indenização e ao comprador restará o prejuízo.


E finalmente, consulte um corretor de imóveis credenciado (como eu) de sua confiança.


Fonte: Portal Exame