sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Internet ajuda a fechar 30% das compras de imóveis

A internet tem se mostrado uma aliada cada vez mais presente na hora de se comprar a casa própria. Hoje, os negócios realizados com a ajuda do meio online correspondem, em média, a 30% de tudo que é vendido pelo setor.

Há três anos, a participação da internet não chegava a 10% dos contratos assinados. Para este ano, esse volume pode ultrapassar os 35%.

A legislação brasileira não permite que a compra de um imóvel seja realizada totalmente pela internet. No entanto, quase todo o processo pode ser feito de forma virtual, desde conhecer o projeto a até o envio de documentação.

O engenheiro civil Carlos Eduardo Paiva Reyes, 25 anos, economizou tempo ao buscar um imóvel pela internet.


"Comecei com as pesquisas e utilizei o corretor online. Com esse auxílio, consegui todas as informações que precisava. Só conheci o empreendimento pessoalmente no dia em que assinei o contrato", diz ele, que comprou um apartamento no bairro de Pirituba.

Reyes conta que estava há seis meses procurando um imóvel, mas não tinha tempo de ir aos plantões de venda. "Com a internet, não só vi as fotos como obtive todas as informações, valores e forma de pagamento pelo atendimento online. Também mandei meus documentos por e-mail. E a mesma pessoa que tirou as dúvidas pelo do site foi a que me atendeu pessoalmente, o que achei muito bom", comenta.

O casal Alexandre Regi Lozei Moreira, 25 anos, e Thais Caes Molina, 21 anos, também preferiu a internet para encontrar e comprar um imóvel em Santo André. "Economizamos tempo e gasolina. Em um mês fechamos o negócio", afirma. "Mas em sites em que não há informação e atendimento online, só me decepcionei no plantão de vendas porque não era o que queria", completa.

Pensando em atingir o maior número possível de potenciais compradores, as construtoras e empresas de vendas investem cada vez mais na internet. No site da Living, braço de imóveis considerados econômicos da Cyrela, o mês de outubro de 2009 registrou a marca de 75 mil visitas, das quais 10 mil foram contatos por meio de chat com corretores. "Em um plantão não é possível atender tantas pessoas assim. Por isso queremos inovar cada vez mais nessa área e o próximo passo é permitir acesso ao conteúdo via celular", explica Gilson Hochman, diretor de vendas da Cyrela.

O site da consultoria de imóveis Lopes registra cerca de 1,2 milhão de visitas por mês e até 4% se convertem em atendimento online. "A internet corresponde 35% a 40% de nossas vendas. Conseguimos atingir desde o público de produtos econômicos até o alto padrão com o site e corretores virtuais", diz Adriana Sanches, gerente de marketing da empresa.

Para Marcelo Bigucci, diretor de marketing da construtora M. Bigucci, a internet também é um modo barato de divulgar os produtos e contatar os clientes. Ele acredita que o site atinja um volume maior de possíveis compradores do que as propagandas e material de divulgação. "Hoje, todo mundo tem acesso à internet", diz. A empresa tem 15% de suas vendas realizadas por meio virtual.

O vice-presidente de mercado imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o Odair Senra, afirma que o trabalho virtual também melhora o relacionamento entre consumidores e corretores. "Por muito tempo, a visão que se tinha era de que os corretores eram chatos, que ficavam ligando atrás de clientes desinteressados. Mas com a internet, quem procura é o cliente e não o profissional de vendas".



Fonte: IG


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A desaceleração do I N C C ... (fonte: FGV)


2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
Janeiro
0,64
0,33
0,38
0,45
0,34
0,75
0,33
1,51
0,36
0,58
1,07
0,55
0,33
0,32
1,52
3,50
45,93
Fevereiro
0,27
0,40
0,21
0,19
0,44
1,00
1,39
0,58
0,34
0,77
0,98
0,48
0,48
0,11
2,09
39,14
Março
-0,25
0,66
0,27
0,20
0,67
1,16
1,38
0,55
0,27
0,56
0,55
0,47
0,73
0,98
3,30
55,70
Abril
-0,04
0,87
0,46
0,36
0,72
0,59
0,90
0,33
0,36
0,60
0,52
-0,50
0,23
0,25
2,30
45,60
Maio
1,39
2,02
1,15
1,32
2,09
1,83
2,84
2,53
2,11
1,35
0,86
0,98
0,86
2,16
8,77
45,60
Junho
0,70
1,92
0,92
0,90
0,76
0,70
1,05
0,57
1,16
0,73
0,41
0,39
1,11
1,54
3,12
44,74
Julho
0,26
1,46
0,31
0,47
0,11
1,12
0,99
0,29
0,52
0,30
0,46
0,34
0,51
0,75
1,09
10,26
Agosto
-0,05
1,18
0,26
0,24
0,02
0,81
1,44
1,00
0,62
0,39
0,69
0,22
1,18
0,23
0,62
0,14
Setembro
0,15
0,95
0,51
0,11
0,24
0,58
0,22
0,71
0,55
0,26
0,86
0,01
0,27
0,23
0,72
0,38
Outubro
0,06
0,77
0,51
0,21
0,19
1,19
0,65
1,13
0,93
0,33
1,01
0,01
0,15
0,26
0,86
1,32
Novembro
0,29
0,50
0,36
0,23
0,28
0,71
1,04
2,45
0,74
0,41
0,91
-0,05
0,54
0,58
0,73
2,36
Dezembro
0,10
0,17
0,59
0,36
0,37
0,51
0,16
1,70
0,34
0,64
1,04
0,05
0,23
0,59
0,86
1,32
Acumulado
0,64
3,24
11,87
6,15
5,04
6,84
11,04
14,42
12,87







sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Urbanismo: ‘Nova Perdizes’ tem problemas antigos

Pegando carona no prestígio de bairros nobres, o mercado imobiliário batizou de "Nova Perdizes" e "Nova Pacaembu" parte dos vizinhos Água Branca, Barra Funda, Pompeia e Santa Cecília. Com o fim da crise econômica, essa região da zona oeste voltou a ser alvo de lançamentos - há pelo menos 20 prédios em projeto ou construção -, mas os moradores continuam convivendo com velhos transtornos, como o trânsito caótico e alagamentos constantes.

As torres valorizam os bairros e incrementam a oferta de serviços e lazer. "Há situações bem claras em que ocorre um empréstimo da valorização de um bairro vizinho, mais nobre. Esse é o caso de Perdizes, que cresceu em função de Higienópolis e Pacaembu", explica Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio.

Ao mesmo tempo, porém, as construções levam mais pessoas e carros para o local, o que contribui para saturar os sistemas de transporte e de drenagem, já no limite da capacidade. Na "Nova Perdizes", os dois maiores lançamentos terão quase 2 mil vagas de garagem, o que aumentará o fluxo de veículos em uma das avenidas mais congestionadas da capital, a Francisco Matarazzo. Em horários de pico, chega-se a levar 40 minutos para atravessar os 2,5 quilômetros da via, que liga o Minhocão à Lapa.

O maior lançamento da área, o Condomínio Casa das Caldeiras, fica no ponto mais crítico, a esquina com o Viaduto Pompeia, que concentra o fluxo de carros e de água nos dias de chuva. Em um raio de 500 metros dali, há dois shoppings (Bourbon e West Plaza), um estádio de futebol (Parque Antártica), um clube (Sesc), um supermercado (Sonda), uma concessionária de automóveis (Toyota) e um posto de gasolina.

A Helbor, responsável pela obra, afirma que o projeto vai "transformar" a região. Segundo a incorporadora, o condomínio terá acesso por duas ruas laterais - embaixo do viaduto e na extensão da Avenida Auro Soares de Moura Andrade -, construídas em terreno cedido pela empresa à Prefeitura. Com relação às enchentes, afirma que todos os estudos e medidas foram tomadas para evitá-las. "Esse é um projeto grandioso, que transforma o local", diz Marcelo Bonanata, diretor de Vendas da Helbor. "Pessoas que não conseguem pagar por Perdizes e querem morar num lugar melhor acabam sendo atraídas."

Moradores, porém, dizem que os empreendimento são erguidos sem que haja investimento em infraestrutura, para dar conta do aumento populacional. Há, até mesmo, verba para isso, mas a Prefeitura tem tocado as obras a passos lentos. "Estamos sofrendo reflexos dessas megaconstruções e convivendo cada vez mais com problemas de congestionamento e alagamentos", afirma o presidente da Associação Amigos de Bairro da Barra Funda, Edvaldo Godoy. Ele ressalta que, além dos moradores, aqueles que precisam usar os serviços dos bairros ou passar por suas ruas também são afetados.

Outra via prejudicada é a Marquês de São Vicente, que cruza o "bairro" e faz parte de um dos mais movimentados corredores da cidade. "Ela vai deixar de ser uma opção à Marginal do Tietê", diz Godoy. "As pessoas, quando compram um apartamento, veem aquele pacote bonito, mas vão ter de enfrentar esses transtornos."


Fonte: Agência Estado


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

IGP-M vai a 0,98% na primeira medição de fevereiro

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) avançou 0,98% na primeira leitura de fevereiro. Em período correspondente do mês passado, houve alta de 0,27%. Teve impacto nesta aceleração o aumento mais marcado nos preços no atacado, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado há pouco.

Dos três componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) apresentou elevação de 1,16% nesta apuração, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,75% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou acréscimo de 0,41%. Na primeira prévia de janeiro, essas taxas equivaliam a 0,25%, 0,40% e 0,07%, respectivamente.

No IPA, os preços agropecuários caíram 0,88% na medição inicial de fevereiro, aprofundando a trajetória de queda na comparação com um mês antes, quando recuaram 0,09%. Os produtos industriais aumentaram 1,81%, seguindo elevação de 0,36%.

Ainda dentro do IPA, as Matérias-Primas Brutas verificaram baixa de 0,61%. Em sentido contrário, ficaram os Bens Finais e Bens Intermediários, com ampliação respectiva de 2,27% e 1,25%.

O avanço visto no IPC entre uma apuração e outra foi puxado pelo grupo Transportes, que passou de 0,37% para 2,18% de expansão por causa do reajuste das tarifas de ônibus urbano e do encarecimento do álcool combustível e da gasolina. Vale mencionar ainda Alimentação, que subiu 0,86% na primeira prévia de fevereiro, após aumento de 0,79% no estudo de um mês antes.

No INCC, o impulso esteve associado com o incremento no indicador relativo a Materiais, equipamentos e serviços e aquele referente à Mão de obra.

Vale notar que o IPA tem peso de 60% no IGP-M e o IPC, de 30%. O INCC responde por 10% do índice geral. O primeiro decêndio do IGP-M de fevereiro compreendeu o intervalo entre os dias 21 e 31 do mês de janeiro. No ano, o indicador avança 1,62%. Em 12 meses, o acréscimo está em 0,05%.


Fonte: Valor Online - Por Juliana Cardoso

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Bancos preveem juro estável para crédito imobiliário em 2010

Segundo executivos, provável alta do juro básico da economia (Selic) não influenciará custo dos financiamentos.


SÃO PAULO - Enquanto o mercado financeiro discute quando e quanto o juro básico deve subir neste ano, no imobiliário o discurso é de que as taxas dos financiamentos não vão acompanhar a trajetória de alta da Selic. O principal argumento dos bancos é de que a maior parte dos recursos do crédito imobiliário é captada por meio da poupança, investimento que não sofre grandes alterações de rentabilidade quando o juro básico é modificado.


Especialistas esperam que a Selic encerre 2010 em 11,25% ao ano (ante 8,75% hoje), de acordo com o mais recente boletim Focus do Banco Central (BC), resultado de uma pesquisa com centenas de instituições financeiras e consultorias. "Os recursos do crédito imobiliário vêm da poupança. Mesmo com a Selic tendo um ajuste, não deve haver alteração nas taxas praticadas", disse o superintendente executivo de crédito imobiliário do Bradesco, Claudio Borges. Por lei, os bancos são obrigados a direcionar 65% do dinheiro da poupança a empréstimos habitacionais.


Independentemente do novo nível da Selic, a caderneta paga ao investidor 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR) - calculada a partir da taxa média dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs). A rentabilidade estável da caderneta faz com que o custo dos bancos ao captar o dinheiro para empréstimos imobiliários não suba caso a Selic seja elevada.


O juro do financiamento varia entre 8% e 10% ao ano mais TR. "Parte do cálculo da TR contém a Selic. Se o juro sobe, a TR deve subir também, mas a parte fixa do financiamento não deve ser alterada", afirmou o diretor de empréstimos e financiamentos do Banco do Brasil, Nilson Martiniano. A TR tem um custo muito baixo para o mutuário. Nos últimos meses, tem ficado abaixo de 0,1% ao mês.


Segundo os bancos, não deve ocorrer algo parecido com o visto em outubro de 2008, quando as instituições aumentaram o juro cobrado no empréstimo imobiliário. Em alguns casos, a taxa chegou a 12% ao ano mais TR. "Não foi somente a Selic que fez o juro do crédito subir no passado. Foi uma questão de mercado", lembra o diretor de crédito imobiliário do Santander, José Roberto Machado Filho. Na época, havia o temor de que a inadimplência subiria.


Recorde


O início de ano fraco não impediu que 2009 batesse recorde de financiamento em valor e em unidades financiadas. Foram concedidos R$ 34 bilhões em empréstimos com dinheiro da poupança. No total, 302,7 mil unidades foram financiadas, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário Poupança (Abecip).


O aumento da oferta de crédito se explica, em parte, pela captação da poupança. Os depósitos bateram recorde - R$ 300 bilhões - em 2009. "No primeiro semestre, poderia dizer que inexistiu lançamento de imóveis, pois a crise fez com que as construtoras não tomassem mais empréstimos para construir e tentassem vender o estoque existente", disse o diretor de crédito imobiliário do HSBC, Antonio Barbosa.


Segundo especialistas, a confiança da pessoa física na economia aumentou agora. "O comprador ficou receoso em assumir dívidas na crise", disse o diretor de crédito imobiliário do Itaú Unibanco, Luiz França. "Em dezembro, emprestamos R$ 2,39 bilhões à pessoa física. Houve uma volta clara ao financiamento de novos e usados."


A expectativa é de que o crédito avance neste ano. "Esperamos fechar 2010 com R$ 3,7 bilhões em crédito imobiliário", disse o gerente-executivo de empréstimos do BB, Sérgio Augusto Kurovski, que emprestou R$ 600 milhões em 2009. A Caixa Econômica Federal, líder do mercado, acredita que o crédito alcançará R$ 50 bilhões, ante R$ 47 bilhões de 2009. "O crédito imobiliário ainda representa muito pouco do PIB", frisa Barbosa, do HSBC. Segundo a consultoria Accenture, no Brasil, esse porcentual é de 2,1%, contra 65% nos EUA e 9% no México.


'Aproveitei as taxas atrativas'


Milhares de brasileios, como Junior Bueno de Camargo, de 37 anos, aproveitaram o bom momento do mercado imobiliário - de juros no nível mais baixo da história - para trocar a casa própria. "Estou morando no ABC Paulista e queria volar para São Paulo para ficar mais próximo do trabalho. Aproveitei a oportunidade de taxas atrativas e pagamento facilitado para adiquirir um apartamento no Morumbi", diz o economista, que financiou seu imóvel a um juro de 9,1% ao ano mais TR. "Vou financiar 70% do valor do imóvel e pagar em 20 anos."


Três meses de pesquisa na região e um mês oara a liberação do crédito foram suficientes para Camargo conseguir comprar o apartamento de 100 metros quadrados em novembro. "Quis omprar no fim do ano para fazer a mudança ainda durante as férias escolares dos meus filhos."



Yolanda Fordelone, do Economia & Negócios



Construção civil permanece em alta, mostra sondagem da CNI

BRASÍLIA - A Sondagem da Construção Civil lançada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revela que a atividade mantém em alta o aquecimento verificado nos últimos três anos e que as grandes empresas " estão mais do que satisfeitas com a margem de lucro operacional. "

A pesquisa, que será divulgada mensalmente pela CNI, abrange três grandes ramos do setor que representa 18% do PIB brasileiro: obras públicas (infraestrutura, edificações e saneamento); imobiliário (obras comerciais, habitação de cunho social e para média e alta renda) e prestadores de serviço (construtoras, por exemplo).

Realizada entre os dias 4 e 22 de janeiro de 2010 com 283 empresas, sendo 143 pequenas, 105 médias e 35 grandes, o levantamento envolve quase a totalidade representativa do setor, segundo a CBIC. Ele tem o objetivo de avaliar a situação financeira, produção, investimentos, principais problemas e expectativas dos empresários para o semestre seguinte.

O economista da CNI, Renato da Fonseca, chamou a atenção para as diversas peculiaridades do setor, que exigiram um levantamento à parte, em relação às pesquisas que a entidade já faz para a indústria de transformação como um todo.

" É uma indústria em que a fábrica anda e o produto fica " , definiu o vice-presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Os primeiros dados apontaram que os empresários da construção civil confiam no aumento de atividade. O indicador que mede esse sentimento ficou em 70,6 pontos, com destaque de confiança maior entre os grandes empresários do setor (78,8 pontos). Também apostam em novos empreendimentos e serviços (média de 70 pontos), em aumento na compra de matéria-prima (69,7 pontos) e na contratação de mais trabalhadores (66,8 pontos).

Números apurados sobre dezembro apontam que o índice de nível de atividade efetivo em relação ao usual foi de 53,2 pontos, enquanto o indicador referente à evolução no universo de empregados ficou em 53,6 pontos. A situação financeira foi satisfatória, com marca de 56,9 pontos.

Os problemas enfrentados pelo setor foram apontados de forma espontânea, sem lista prévia, de forma que a carga tributária vem em primeiro lugar, com 60,7% das empresas apontando esse fator. Mas, segundo a CBIC, cerca de 30% do custo final da obra imobiliária são impostos.

O segundo destaque foi a falta de mão de obra qualificada, assinalado por 53% das empresas consultadas, seguida pelas dificuldades criadas por condições climáticas, como as chuvas ininterruptas em São Paulo, por exemplo.

Ao contrário de boa parte dos setores da economia brasileira, para a construção civil o crédito deixou de estar entre as preocupações de destaque. O indicador relativo ao acesso ao crédito no quatro trimestre de 2009, por exemplo, ficou com 54,6 pontos na média geral.

Martins chegou a dizer que marcos regulatórios recentes, que criaram garantias adicionais, tornaram o financiamento imobiliário " o melhor crédito para os bancos, mesmo sendo de longo prazo, porque fideliza o cliente " .

O crescimento geral do crédito no país acelerou a oferta de crédito habitacional nos últimos anos. O executivo da CBIC destacou que, nesse setor, " o crédito sempre vem junto com a realização do investimento imobiliário. "

Vale notar que os indicadores variam de zero a 100. O ponto de equilíbrio é 50. Assim sendo, a leitura acima dessa marca significa uma quadro mais favorável; abaixo, uma situação menos satisfatória.

(Azelma Rodrigues | Valor Online )

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

São Paulo faz mapeamento para investimentos do pré-sal

O governo paulista está preparando estudos ambientais no litoral do Estado para facilitar a instalação de empresas ligadas ao setor de petróleo nos próximos anos. A área de interesse está dentro de um raio de 15 quilômetros a partir da Base Aérea de Santos, na cidade do Guarujá, onde a Petrobras estuda implementar a sua base de apoio marítimo para a exploração do pré-sal na Bacia de Santos.

Ao fazer o mapeamento das áreas que têm vocação para cada tipo de empreendimento, e deixar um estudo ambiental prévio pronto, o governo espera reduzir em cerca de 50% o tempo necessário para a preparação do EIA-Rima pelo empreendedor e da concessão da licença pelo órgão ambiental, no caso, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). O trabalho, que deve ser finalizado em fevereiro, está sendo realizado em conjunto pelas secretarias estaduais de Meio Ambiente, Planejamento, Desenvolvimento e pelas prefeituras. " As empresas interessadas em investir estão procurando o Estado para saber das possibilidades de negócio na região e perguntam se há áreas para se instalar. Não só vamos poder indicar as áreas, como vamos fornecer um estudo ambiental sobre o local " , diz José Roberto dos Santos, secretário-executivo da Comissão Especial de Petróleo e Gás (Cespeg).

O trabalho está identificando os impactos que as áreas devem sofrer por conta dos investimentos das empresas. As medidas compensatórias e de mitigação do impacto também serão indicadas nos estudos. Segundo Santos, a intenção é centralizar as compensações no Parque Estadual da Serra do Mar, em vez de pulverizar de acordo com as decisões das empresas. " Queremos ampliar os corredores ecológicos, que colocam o meio marítimo em contato com a a área da serra, por exemplo " , diz o secretário-executivo da Cespeg.

Também constará no estudo do governo uma gama de informações socioambientais das áreas, como forma de subsidiar os estudos específicos das empresas. " O diagnóstico da região já estará pronto. As empresas só precisarão fazer o trabalho específico, de acordo com o seu projeto " , diz ele. O fato de a Cetesb estar envolvida no estudo hoje também facilitará o seu trabalho na hora de realizar os licenciamentos, já que o órgão terá um conhecimento prévio do material.

Segundo Santos, o Estado está focando em áreas desocupadas que representam baixo impacto ambiental, pois ficam dentro do perímetro urbano, apesar de ainda não estarem urbanizadas. Segundo cálculos do governo, há demanda de expansão da atividade industrial para uma área total de 3 milhões de metros quadrados até 2020. " Queremos distribuir os investimentos industriais, hoje concentrados no estuário de Santos " , diz o secretário da Cespeg.

As instalações industriais de apoio à atividade do petróleo devem se concentrar na parte sul do litoral, entre Peruíbe e São Vicente. O critério de escolha são áreas próximas a acessos de rodovias duplicadas, como a Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) e a Cônego Domênico Rangoni, conhecida como Piaçaguera-Guarujá. " Só seria necessário investir na conexão das áreas com os acessos " , diz Santos.

A industrial naval, por sua vez, deve ser desenvolvida no estuário de Santos, contornado pelas cidades de São Vicente, Cubatão, Santos e Guarujá. Para a construção de estaleiros, pelo menos cinco áreas estão sendo estudadas, com extensão entre 100 mil m2 a 1 milhão de m2. O governo ainda não quer divulgar essas áreas para evitar especulação mobiliária. " É uma região ideal pelo bom acesso a veículos de carga, pela proximidade com a usina siderúrgica e pela profundidade do canal " , diz o secretário.

Uma das principais preocupações do Estado e das prefeituras, além de garantir um planejamento organizado da ocupação do litoral, é com os prazos da Petrobras. O início da exploração do pré-sal está previsto para 2012, e o prazo de entrega de navios para a petroleira é de 30 meses. " Os investimentos já estão sendo feitos, por isso a nossa pressa " , diz Santos.


Fonte: Valor Online por Samantha Maia

A seguir, três especialistas de diferentes setores ensinam os principais cuidados que todo comprador deve tomar antes, durante e depois do processo de compra de um imóvel na planta:


1 - Defina seus critérios: Antes de começar a peregrinação pelos estandes das incorporadoras, lembre-se que a compra de um imóvel na planta é uma transação de longo prazo. É um tipo de negócio que sempre requer muita análise prévia sobre suas necessidades e realidade financeira nos próximos anos. "A pessoa deve se perguntar qual é o tamanho da prestação que cabe no bolso e qual é a necessidade da família. Quando isso estiver claro, você está pronto para procurar o imóvel adequado para seu perfil", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP, o sindicato da habitação. De acordo com ele, esse simples "cálculo" é suficiente para manter o comprador longe de fechar contratos por impulso.


2 - Bisbilhote o passado da construtora: "Para escapar de problemas, firme contratos com incorporadoras que tenham uma boa reputação no mercado", diz Octávio Galvão Neto, coordenador da Câmara de Avaliação do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (IBAPE/SP). Não é possível chegar a conclusões concretas sobre a idoneidade da empresa com apenas algumas conversas com o corretor imobiliário no estande de vendas. Segundo especialistas, a primeira estratégia pra se prevenir de eventuais dores de cabeça com empreendimentos imobiliários é analisar o histórico da construtora. E isso demanda muita sola de sapato. É comum, por exemplo, que alguns prédios apresentem vícios na construção, como fissuras, infiltrações e outras deficiências resultantes de um mau planejamento arquitetônico - ou mesmo do uso de materiais de construção de baixa qualidade. Prever esse tipo de problema, contudo, é praticamente impossível. Por isso, aconselha Galvão, uma visita a outros lançamentos da construtora é indispensável. "Os problemas tendem a se repetir", diz. Assim, a dica é investigar com os moradores sobre possíveis atrasos na obra, problemas de infraestrutura e descumprimento de promessas. Verifique também se a empresa tem pendências na Justiça ou reclamações na Fundação Procon. Para conferir se a administradora pisou na bola com outros clientes, consulte a lista de reclamações no site do Procon.


3 - Atenção aos documentos: Para não cair em golpes, peça sempre uma cópia do memorial de incorporação da obra. Se o corretor disser que a construção ainda não possui, então nem continue a conversa. "É crime levantar um empreendimento sem estes documentos", diz Crestana, do Secovi. A lei 4591, de 1964, determina que, antes de iniciar qualquer negociação imobiliária, as incorporadoras devem registrar no cartório de imóveis um conjunto de quinze documentos. Entre eles estão a prova da propriedade do terreno, o projeto de construção aprovado pela prefeitura, o cálculo exato da área do imóvel e a descrição do acabamento e material utilizado na construção. "No memorial, tudo é descrito de maneira bem minuciosa. É preciso prestar muita atenção nesses itens", afirma Patrcia Ferraz, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP). Isso porque é muito fácil se encantar com a decoração dos apartamentos em exposição ou com as promessas dos corretores. No entanto, apenas o memorial de incorporação oferece uma dimensão concreta do imóvel que está sendo comprado.


4 - Visite a obra pessoalmente: Não visitar o local de construção da obra é um dos piores erros de quem está negociando um imóvel na planta. É comum que os estandes de vendas das construtoras fiquem em locais mais movimentados, como shopping centers. Muita gente opta pelo mais cômodo e confia apenas na descrição do imóvel feita pelos corretores. O conforto, no entanto, pode virar um pesadelo quando as chaves forem entregues. "Recentemente, vistoriei um empreendimento localizado em uma rua com problema de drenagem. Chovia e a água subia quase um metro", conta Galvão Neto. Ou seja, se os futuros condôminos deste novo prédio não tiverem a precaução de conversar com os moradores da região, poderão ter uma surpresa todas as vezes que nuvens negras se formarem no céu. Bancar o detetive para apurar questões como a infraestrutura urbana, os serviços de água e esgoto e até a presença de feiras ou festas na rua é essencial. Um bom passeio pela vizinhança pode garantir também um esboço sobre a média do IPTU e das taxas condominiais da região. Por outro lado, caso você feche o contrato fora do estabelecimento comercial, o Código de Defesa do Consumidor dá o direito de desistir da compra num período de sete dias. Mas sempre vale a pena checar tudo antes de assinar o contrato.


5 - Não subestime a maquete: Por mais bonita que seja, a maquete não é mero objeto de decoração do estande de vendas. É, sim, o principal instrumento para sua tomada de decisão. Por isso, examine a composição de cada item e pergunte se o que está ali corresponde à realidade do futuro empreendimento. Assim, na hora de escolher o apartamento para comprar, guie-se pelas coordenadas da maquete. "Os apartamentos da face sul tem menor insolação, nos da face norte sempre bate mais sol", afirma o presidente do Secovi-SP. Verifique também para onde dá a vista de cada imóvel - esse tipo de questionamento pode influenciar o preço do apartamento e, no futuro, sua valorização.


6 - Tudo pode ser usado no tribunal: A prevenção é sempre uma ótima aliada para quem está adquirindo um imóvel na planta. Os especialistas recomendam que o comprador guarde todos os papeis ou registros escritos que lhe forem entregues por funcionários da administradora. Vale até folhetos promocionais e e-mails trocados com os corretores. "Tente fazer as perguntas sempre por escrito para ter uma garantia", diz Galvao Neto. Todo este material pode servir como prova caso haja algum abuso por parte da empresa. Não é regra, mas por cautela, vale registrar todo este arquivo no cartório de registro de titulos e documentos.


7 - Torne oficial: Ao fechar o compromisso de compra e venda do imóvel, muitas pessoas se esquecem de registrar o documento. No entanto, pelas leis brasileiras, a propriedade só é transferida após o registro da escritura no cartório de registro de imóveis. "Não basta verificar a vida da pessoa que está vendendo. Sem o registro, você não tem os direitos sobre a propriedade", afirma Patrícia Ferraz. Ela exemplifica com um caso em que a proprietária de um imóvel decidiu registrar a escritura em cartório apenas alguns anos após a compra. "Neste período, a pessoa que vendeu o imóvel ficou com débito na previdência e o patrimônio ficou indisponibilizado", diz. Por outro lado, se você registrar o contrato, a incorporadora será obrigada a pedir sua autorização para qualquer mudança no projeto inicial, por exemplo. Para evitar gastos em dobro no cartório, muita gente não recorre a esta conduta. No entanto, no estado de São Paulo, é possível pagar 30% do valor final do registro da escritura no registro do compromisso de compra e venda do imóvel. Os outros 70% podem ser pagos na hora de registrar a escritura.


8 - Consulte o tabelião: Neste processo, outra dica é firmar o contrato sempre com a assessoria jurídica de um tabelião. Boa parte das construtoras de imóveis tem parceria com advogados que fazem este serviço. No entanto, estima-se que a economia seja de 20% a 40% quando se estabelece uma escritura pública em vez de um contrato particular. Por não ter ligação com nenhuma das partes do acordo, a assessoria do tabelião para compor o contrato será mais imparcial e, por isso, menos arriscada para os compradores. Não são raros os casos de irregularidades neste tipo de contrato - que podem passar "despercebidas", dependendo da parceria do assessor jurídico com a incorporadora. Além disso, caso a construtora se torne inadimplente e não termine a obra, compradores que recorreram à escritura pública tornam-se automaticamente proprietários de parte do terreno onde o imóvel seria construído. Fato que garante maior segurança para a transação.


9 - Fique de olho na política de juros: Um abuso comum neste tipo de transação são os chamados juros no pé. Até a entrega das chaves, o comprador tem a garantia de que não precisará pagar juros. No entanto, assim que o imóvel fica pronto, a incorporadora passa a cobrar juros sobre todo o período financiado. Uma portaria de 2001 emitida pela Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça considera a prática irregular. No entanto, o assunto não é consensual entre os juristas. Há histórico de ações judiciais que deram ganho de causa para as construtoras que cobraram os juros. Para evitar problemas, recomenda-se criar uma cláusula no contrato que determine a rescisão ou devolução do dinheiro em casos como esse.


10 - Seja beneficiário do seguro: Fique atento aos contratos firmados com as companhias de seguro. Este tipo de acordo serve de garantia tanto para os casos de inadimplência do comprador quanto para irregularidades da administradora. Por isso, fique atento às clausulas que determinam quem é o beneficiário do contrato. Se for a incorporadora, em caso de atraso da obra, ela terá o direito de receber a indenização e ao comprador restará o prejuízo.


E finalmente, consulte um corretor de imóveis credenciado (como eu) de sua confiança.


Fonte: Portal Exame