Matéria bastante interessante, que revela muitas opções de prestação de serviços oferecidos pelas empresas construtoras e condomínios, que esclarecem e orientam muitos clientes interessados em realizar seu sonho de um novo apartamento. O texto é longo mas vale a pena !
Rio de Janeiro - Então você precisa deixar o carro para lavar, mas não tem tempo de ir até uma loja especializada. Já pensou em morar num condomínio que ofereça serviços como esse para facilitar a sua rotina diária? Depois da febre das academias de ginástica, construtoras e empresas de administração predial começaram a investir em serviços diferenciados. Spas, restaurantes assinados por especialistas em gastronomia, pet cares, livrarias e salões de beleza estão entre os produtos oferecidos nos novos empreendimentos. A maior parte dos lançamentos está em fase de construção e é voltada para as classes média e média alta. O preço dos apartamentos pode variar entre R$ 210 mil e R$ 1 milhão.
De acordo com Bruno Oliveira , do departamento de marketing da construtora Calçada, que tem dois empreendimentos em construção com esse tipo de serviço, esta é uma tendência recente que responde aos anseios do perfil do novo morador, com uma vida agitada e pouco tempo disponível. “Nós pretendemos com esses serviços facilitar a vida do morador e sem onerar o condomínio que conta com o adicional apenas da taxa de administração. Os serviços só são pagos por quem os utiliza”, explica Bruno Oliveira.
Destinado à classe média, o condomínio Elegance, em Duque de Caxias, por exemplo, oferece serviços de salão de beleza e Spa. Já o Barra Mais, na Barra da Tijuca, inclui supermercado delivery, baby-sitter, personal trainer, manutenção de reparos e passeador de cachorros. Todos os itens serão terceirizados, ou seja, o cliente só pagará pelo que usar. As unidades residenciais de dois quartos de ambos empreendimentos custam em torno de R$ 210 mil enquanto as de três giram por volta de R$ 250 mil. Outro condomínio, este ainda na planta, que oferecerá serviços de SPA e choperia é o Original Grajaú, da CHL, com apartamentos com custo médio de R$ 270 mil, com dois quartos; e R$ 310 mil, com três.
Condomínio Le Parc, da RJZ/Cyrela, oferece serviço de Spa aos moradores
No segmento de luxo, o Le Parc, empreendimento já pronto da RJZ/Cyrela, e os condomínios do Iles de La Península, estes em fase de construção pela incorporadora em parceira com a Carvalho Hosken, incluem clínicas de estética, livraria, restaurante e café. O preço médio dos apartamentos pode custar entre R$ 565 mil, com dois quartos e R$ 1 milhão, com três. De acordo com Ricardo Corrêa, diretor de marketing da Carvalho Hosken, a participação de condomínios com esse tipo de serviço é de 100%, de quatro anos para cá. “Com certeza, eu diria que, daqui para frente, os empreendimentos, principalmente os de luxo, vão adotar esse padrão. Cada vez mais o homem está voltado para si mesmo. Por isso, torna-se imperativo oferecer esse tipo de serviço. No Rio, o condomínio com este modelo já caiu no gosto do carioca. Além disso, esses empreendimentos trazem um valor agregado inestimável. E do ponto de vista financeiro ou econômico, como estamos falando em torno de 600, 700 unidades, você tem uma cota condominial baixíssima, com um custo-benefício que vale a pena”, explica Ricardo Corrêa.
O planejamento ideal das cidades prevê a oferta de variados serviços na proximidade de casa e em todo o bairro. Quando isto não ocorre torna-se quase necessário ter este atendimento nos condomínios, principalmente de bairros planejados para o automóvel, como a Barra da Tijuca.
Construtoras já oferecem mais de uma opção de planta para os clientes de um mesmo empreendimento. A ideia é disponibilizar alternativas de projetos para não perder vendas porque o consumidor precisava de um quarto a mais ou uma cozinha maior. Na hora de fechar o negócio, o novo proprietário precisa, apenas, escolher a metragem da unidade e a disposição dos cômodos.
A incorporadora Rossi oferece cinco alternativas de plantas para empreendimentos de médio e alto padrão. Segundo a gerente de incorporação da empresa, Carmem Lopes, são apartamentos que podem ter, em média, entre 95 metros quadrados a 125 m² e, dependendo do gosto do freguês, ter cozinha ampliada com banheiro, ou cozinha e sala ampliadas, ou ainda outras três opções. No momento da visitação, os vendedores oferecem o serviço, detalhando passo a passo como funciona a operação. No caso da Rossi, não há necessidade de o futuro proprietário escolher na hora qual planta prefere, ele tem tempo para decidir a melhor alternativa de planta. “O cliente não paga nada a mais por isso e pode ter o apartamento do jeito exato da sua necessidade”, diz Carmem.
Fachada do empreendimento na MaxHaus
A MaxHaus também deixa o cliente à vontade para configurar a unidade com a sua cara. Segundo o idealizador do projeto, José Paim de Andrade, o cliente ganha quatro paredes e um banheiro. “A partir daí, escolhe a planta – um, dois, três ou nenhum quarto, a um valor mínimo inferior a 3% do custo do imóvel por parede erguida”.
Estão previstas no cronograma da companhia empreendimentos com o conceito da “Arquitetura Aberta” na zona leste da capital paulistana, na zona sul e zona oeste. Depois de São Paulo, o MaxHaus chega a Porto Alegre e Curitiba e futuramente pretende desenvolver produtos para o mercado internacional. O produto permite que essa decisão possa ser tomada no ato da compra ou ao longo da vida. “Estamos na era da alta tecnologia, da valorização do indivíduo e da auto-expressão. É natural que a tendência da customização chegue ao lugar onde as pessoas moram”, diz Paim.
A construtora Even tem o produto Excluseven, que a partir da planta padrão disponibiliza opções de mudanças para o cliente – do projeto ao acabamento. “É importante frisar que essas alterações são planejadas dentro do cronograma da obra, para que o imóvel seja entregue na data antes estipulada e com 100% das modificações executadas”, conta Fabiano Delvaux, gerente de relacionamento da incorporadora. São mais de dez opções de personalização, que vão desde abrir ou fechar a cozinha para a sala, até a troca do piso da suíte. A Even observou que este produto contribuiu para o crescimento de mais de 50% na procura de seus imóveis, principalmente entre os jovens. “Essa cobrança pode ser feita de duas formas: ou com o acréscimo das melhorias no preço final do imóvel, ou com o valor integral de algum item, como uma churrasqueira.”
Fonte: Jornal O Globo (publicado em 30/07/09)